Vacinação contra a Covid-19 pelo Mundo 

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  • Luanda     Sábado, 20 Fevereiro De 2021    18h54  
Vacina contra a Covid-19
Vacina contra a Covid-19
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Luanda - Com o surgimento da pandemia, em finais de 2019, vários cientistas, por todo o Mundo, procuraram uma solução para travar a desafiante crise sanitária. 

 

Por: Carlos Vaz / Jornalista da ANGOP 

Como resultado desse esforço, movido não só por razões humanitárias, mas também políticas e económicas,  a vacina contra o novo coronavírus é hoje uma realidade e começou a ser administrada em diversos países.  

A primeira dose foi administrada no Reino Unido, ainda em Dezembro de 2020, e a tendência é que a imunização se espalhe pelo mundo, com o concurso da acção de cada governo.  

Até ao momento, as vacinas Pfizer/BioNTech (EUA/Alemanha), Moderna (EUA), Sputnik V (Rússia), Oxford/AstraZeneca (Reino Unido), CoronaVac/Sinovac (China) e Sinopharm (China), são as únicas a ser aplicadas presentemente no Mundo. 

Desde o final do ano passado, a vacinação contra a Covid-19 tem sido uma das principais preocupações dos países a nível mundial.  

Numa altura em que a pandemia continua activa e sem dar tréguas, tendo já ultrapassado 110 milhões e 200 mil infecções e dois milhões e 400 mil óbitos a nível mundial, a imunização das populações tem sido uma das principais prioridades da maioria dos Estados. 

Esta é já considerada uma das maiores campanhas de vacinação da história mundial, sendo que, até ao momento, foram já administradas mais de 200 milhões de doses de vacinas em pelo menos 107 países e territórios, de acordo com os mais recentes dados divulgados pela agência de notícias Bloomberg.  Trata-se de uma média de cerca de 6,5 milhões inoculações por dia.  

Cerca de 45% das doses de vacinas foram administradas nos países ricos do G7, cujos membros se comprometeram, na sexta-feira última, a partilhar melhor as doses com os países pobres. Nestes sete países vive 10% da população mundial. 

Dos 107 países e territórios analisados, Israel é o país com a maior taxa de vacinação, com 78,80 doses por cada 100 habitantes. No total, o país liderado por Benjamin Netanyahu já administrou mais de 7,13 milhões de doses, com uma média de mais de 140 mil inoculações por dia.  

Seguem-se as Ilhas Seychelles, um arquipélago africano composto por mais de 115 ilhas, com 65,92 inoculações por cada centena de habitantes e os Emirados Árabes Unidos, com 50,86 doses por cada 100 habitantes. 

Em quarto lugar surge o Reino Unido, com perto de 17 milhões de doses administradas, perfazendo 26,15 doses administradas por cada 100 habitantes.  

Logo depois seguem-se os Estados Unidos da América que, apesar de serem o país com mais doses administradas a nível mundial (60.475.848 doses), são o quinto país a nível mundial com a melhor taxa de vacinação: 18,22 doses por cada 100 habitantes e uma média de um milhão e 600 mil inoculações por dia. 

A Organização Mundial da Saúde (OMS) alerta que, até agora, mais de três quartos das inoculações foram feitas em apenas 10 países, que correspondem a 60% do PIB global. Ao mesmo tempo, mais de 100 países, onde vivem 2.5 biliões, não receberam nenhuma dose até agora. 

Embora as melhores vacinas sejam consideradas cerca de 95% eficazes, ainda existe a possibilidade de propagação da doença após a inoculação.  

Anthony Fauci, o principal oficial de doenças infecciosas dos Estados Unidos, disse que vacinar 70% a 85% da população dos EUA permitiria um retorno da vida à normalidade no Mundo.  

“Numa escala global, este é um nível assustador de vacinação. Actualmente, as imunizações têm sido reportadas a uma taxa média de 6,47 milhões por dia”, acrescentou.  

“A esse ritmo, seriam necessários anos para atingir um nível significativo de imunidade global. A taxa, entretanto, está a crescer gradualmente, e novas vacinas de outros fabricantes poderão estar disponíveis em breve”, concluiu o especialista. 

Vacinação em África 

Para a obtenção de uma imunidade colectiva no continente, África deverá vacinar 60% dos seus 1.3 mil milhões de habitantes. Mas, num momento em que aumentam os casos, os governos têm dificuldades em obter as vacinas. 

As Ilhas Seychelles tomam a dianteira no processo de vacinação africana, com uma taxa de 65,92 inoculações por cada 100 habitantes, seguindo-se-lhe o Marrocos com 6,64 imunizações por cada 100 indivíduos.  

As Ilhas Maurícias, o Egipto e a África do Sul surgem nos lugares seguintes da imunização para a contenção das contaminações do novo coronavírus a nível continental, de acordo com a Bloomberg. 

Com uma encomenda de 200 milhões de doses, a Guiné Conacri foi das pioneiras africanas neste processo de vacinação, tendo iniciado a sua campanha no dia 30 de Dezembro, com a vacina russa Sputnik V.  

A Argélia, que havia anunciado a encomenda de um primeiro lote de 500 mil vacinas, iniciou no final de Janeiro as inoculações, igualmente com a vacina russa Sputnik V. 

Por sua vez, a Guiné Equatorial recebeu, na semana passada, as primeiras 100 mil doses de vacinas contra a Covid-19 da farmacêutica chinesa Sinopharm, destinadas a imunizar 4% da população (45 mil pessoas). 

Esses países iniciaram as suas vacinações com base em acordos bilaterais firmados com as principais produtoras de vacinas nos EUA, China, Rússia e Reino Unido. 

A União Africana (UA), que anunciou a obtenção de 270 milhões de vacinas e mais de 300 milhões de doses da Sputnik V, disponibilizadas pela Rússia, estabeleceu uma meta de 60% dos africanos vacinados contra a Covid-19 em 2021 e 2022. 

Através do seu Centro de Controlo e Prevenção de Doenças (Africa CDC), a UA lidera uma plataforma para a vacinação contra a Covid-19, prevendo que pelo menos 50 milhões de doses estarão disponíveis entre Abril e Junho no continente.

As vacinas da UA - fornecidas pela Pfizer-BioNTech, AstraZeneca e Johnson & Johnson - irão complementar as obtidas através da Covax, uma iniciativa da Organização Mundial da Saúde (OMS) e parceiros privados, que visa o acesso justo às vacinas em todo o mundo. 

O aumento do número de mortes e de infecções preocupa os governos e as instituições internacionais, sobretudo desde que foi identificada uma mutação altamente contagiante do vírus na África do Sul. 

Até à data, o continente registou oficialmente mais de 3,7 milhões de contágios e pelo menos 100 mil mortes.  

Especialistas advertem que a falta de testes e a dificuldade em obter dados fiáveis de muitos países africanos significam que o número de casos e fatalidades é bastante mais elevado.  

A África do Sul, por exemplo, está a realizar dez vezes mais testes junto da população do que a Nigéria, e os testes dependem muito dos dados publicados. 

O Zimbabwe é um dos muitos países do continente que regista um aumento significativo de casos. Do total de 35 mil e 543 infecções e 1.420 mortes, mais de metade ocorreram nas últimas quatro semanas. 

Já a Nigéria, país mais populoso do continente, com perto de 200 milhões de habitantes, ainda não iniciou a vacinação, uma vez que aguarda pelo fornecimento, em Março, de 10 milhões de vacinas da Pfizer-BioNTech, financiadas pela Covax. 

Situação em Portugal 

Em Portugal, a primeira fase do plano de vacinação delineado pela “task force” (grupo de trabalho) arrancou a 27 de Dezembro, à semelhança do que aconteceu na generalidade dos países europeus.  

Numa fase inicial, começaram a ser vacinados os profissionais de saúde, que estão na linha da frente no combate à pandemia, seguidos pelos profissionais e residentes em lares.  

Neste momento, esta fase prioritária contempla já profissionais de serviços essenciais, como as Forças Armadas, segurança e bombeiros, bem como idosos com 80 ou mais anos, pessos entre os 50 e os 79 anos, com patologias graves (insuficiência cardíaca, doença coronária, insuficiência renal e doença respiratória crónica), incluindo alguns titulares de órgãos de soberania.  

Desde então, foram já administradas em Portugal um total de 578 mil e 702 doses de vacinas contra a Covid-19, o equivalente a 6,02 doses de vacinas por cada 100 habitantes, de acordo com os dados mais recentes da Bloomberg.  

Contas feitas, Portugal ocupa a 27ª posição, a nível mundial e está em 12º lugar na União Europeia (UE). Em média, são administradas mais de 21 mil vacinas por dia no país. 

Assim, apesar de Portugal estar ainda abaixo de alguns países europeus, na comparação com a média dos Estados membros, o país está mais avançado.  

Por cada 100 habitantes, a União Europeia administrou um total de 5,67 doses de vacinas contra a Covid-19, ou seja, Portugal administrou mais 0,18 doses do que a média da UE.  

Malta é o país da UE mais rápido a vacinar 

Com um total de 59.702 doses de vacinas contra a Covid-19 administradas, Malta mantém-se como o país da União Europeia com um maior número de doses distribuídas por cada 100 indivíduos: 12,09.  

Este é, assim, o Estado membro que, desde o final de Dezembro, tem sido capaz de impor um maior ritmo ao seu plano de vacinação. 

A este país segue-se, dentro da União Europeia, a Dinamarca. De acordo com os dados compilados pela Bloomberg, por cada 100 habitantes já tinham sido aplicadas 7,91 doses. Isto numa altura em que o país foi já capaz de distribuir 459 mil e 31 doses da substância (mais do que Malta). 

Ainda no pódio, e em terceiro lugar dentro do bloco comunitário, está a Roménia, com um total de um milhão 318 mil e 355 doses administradas, o que coloca o país do Leste com 6,79 doses administradas por cada 100 habitantes. 

Países da UE com os piores ritmos de vacinação 

Bulgária, Letónia e Croácia são os três Estados membros que se destacam pelos piores motivos, ao serem os países da União Europeia com um menor número de doses de vacinas distribuídas por cada 100 habitantes e, portanto, onde este processo está mais lento. 

A Bulgária apresenta-se como o país detentor da pior classificação neste grupo, sendo que neste país foram administradas 77 mil e 436 doses de vacinas, o que representa 1,1% por cada 100 habitantes. Contas feitas, são 3,97 pontos percentuais relativamente à média da União Europeia. 

Ao mesmo tempo, a Letónia e a Croácia já administraram, respetivamente, um total de 1,98 e 2,96 doses de vacinas contra a Covid-19 por cada 100 pessoas, num total de 38 mil e 82 e 120.603 doses administradas, respetivamente. 

 

 





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