Lubango - O Instituto Nacional de Desminagem (INAD) na Huíla está preocupado com o número de acidentes com minas envolvendo crianças, pois de Maio a Novembro do ano em curso foram registados cinco que resultaram em igual número de mortes e seis feridos.
A maior parte das crianças envolvida no acidentes esteve ligada ao negócio de venda de metais para as sucatas, sendo os municípios do Lubango e Quilengues os visados.
Na Huíla ainda há ainda muitos engenhos espalhados em campos minados desconhecidos, com destaque nos municípios do Lubango, Jamba, Chicomba, Cuvango, Chipindo e Matala. O INAD controla no território huilano 17 áreas minadas.
Em declarações à Angop, segunda-feira, no Lubango, o responsável do INAD na província, Tomás Calandungo, fez saber que o primeiro acidente deu-se em Maio último, no Lubango, tendo como vítima mortal um menino de oito anos de idade, que apascentava o gado.
O segundo foi em Agosto, no bairro da Mitcha, também no Lubango, envolvendo um adulto e um menor que tiveram ferimentos ligeiros, já o terceiro em Outubro na comuna da Arimba (Lubango), com duas crianças que sobreviveram e o quarto no mesmo mês, no bairro do Nambambi, atingindo também uma criança que teve ferimentos ligeiros.
O mais recente, segundo a fonte, deu-se a 13 de Novembro, na localidade do Quicuco, comuna do Dinde, município de Quilengues, que envolveu cinco crianças dos quatro aos 16 anos de idade, quatro delas morreram na hora com a explosão de um dilagrama e o mais novo deles (quatro anos) sobreviveu.
“Estamos preocupados e por isso nos focamos na sensibilização nas casas de compra de sucata, onde encontramos muitas crianças envolvidas no negócio, alguns por desconhecimento acabam recolhendo explosivos e foi numa dessas casas onde encontramos dois engenhos, sendo um projéctil de cem milímetros e uma submunição de viação”, frisou.
Referiu que durante o ano realizaram vários trabalhos, em diversas localidades da província da Huíla, que resultaram na remoção e destruição de 24 minas antipessoais e 84 engenhos explosivos não detonados, bem como removidas 939 munições de baixo calibre.
No mesmo período, foram sensibilizadas seis mil e 967 mil pessoas, entre adultos e crianças.