Adis Abeba - um encanto de resquícios históricos valiosos

     Política           
  • Luanda     Quinta, 16 Fevereiro De 2023    06h23  
Um pormenor da cidade de Adis Ababa
Um pormenor da cidade de Adis Ababa
Joaquina Bento - ANGOP

Adis Abeba (Dos enviados especiais) - Adis Abeba, a capital da Etiópia, atrai pela riqueza histórica e cultural e hospitalidade de um povo simpático e receptivo, que sente orgulho do país ter sido o único a resistir à colonização europeia.

Fundada em 1886 pelo imperador etíope Menelik II, "Adis" (como é conhecida), conta com um rico cenário cultural, o que levou a ser indicada pelo New York Times, em 2014, como um dos 15 melhores destinos a serem visitados. 

Festivais de fotografia, jazz, cinema e exposições de arte contemporânea são presenças constantes em Adis Abeba. 

Entre os passeios culturais, a visita ao Museu Nacional, onde estão os fósseis dos primeiros ancestrais, Lucy, Ardi e Salam, a Catedral da Santíssima Trindade, o Monumento fúnebre ao Imperador Haile Selassiė, sua família e os que combateram os italianos, é o que mais impressiona. 

Ao sair do Aeroporto Internacional Adis Abeba Bole, depara-se com uma cidade vibrante e movimentada, com prédios altos, shoppings e uma boa infra-estrutura urbana, que constrata com alguns "musseques" encravados no casco urbano. 

Por esses dias, a cidade está "agitada" e salta à vista um reforço do dispositivo de segurança, por acolher, nos dias 18 e 19 deste mês, o mais importante Fórum de Concertação Política de África. 

Trata-se da 36ª Cimeira de Chefes de Estados e de Governo da União Africana (UA), um evento anual que contará com a participação do Presidente da República, João Lourenço. 

Na capital etíope é notória a movimentação em unidades hoteleiras de referência e o "frenesim" das delegações de alto nível que desembarcam no Aeroporto Internacional de Bole, para participar no magno evento. 

Voltando para as referências da cidade, Adis Abeba situa-se no centro do país sobre um planalto que fica a uma altitude compreendida entre os 2300 e os 2600 metros, tornando-se a capital mais alta de África. 

Apesar de se situar na zona tropical seca, a cidade, com cerca de quatro milhões de habitantes, consegue evitar elevadas temperaturas das regiões vizinhas graças ao efeito amenizador da altitude. 

Nas ruas e avenidas de Adis Abeba circula uma frota automóvel  “híbrida”. Carros inimaginavelmente velhos partilham as vias com carros lançados recentemente. 

Um Mercedes top de gama e um Lada, por exemplo, andam lado a lado. O turismo é um dos principais vectores da economia. A cidade tem um comércio efervescente e organizado, pelo menos, na zona urbana. É a forte influência árabe em todo o seu esplendor.  

A cidade é simpática. Tem edifícios modernos, grande parte construídos por empreiteiros etíopes, que utilizaram soluções e materiais locais, ou seja, andaimes de troncos ou paus são vistos em todos os prédios que estão a ser erguidos. Dificilmente utilizam guindastes. 

Calendário ortodoxo 

A Etiópia é um dos mais antigos países cristãos do mundo e o seu calendário também baseia-se no nascimento de Jesus Cristo. Só que não adoptou o ajuste realizado no século VI pelo Papa Gregório XIII, cujo nome, aliás, está na origem do termo “calendário gregoriano”. 

O país utiliza até hoje o seu próprio calendário, que é o juliano, criado pelo imperador romano Júlio César e seus astrónomos em 46 a.C. O ocidente trocou o calendário juliano pelo gregoriano, o actual. Significa que, enquanto estamos em 2023, os etíopes ainda estão em 2016. 

O ano para eles dura 13 meses, ou seja, além do ano ter um mês a mais, o calendário etíope está sete anos e oito meses atrás do calendário ocidental. 

Nova Flor 

A cidafe de Adis Abeba, cujo nome histórico na língua amárico é "Nova Flor", tem uma dinâmica única. 

A rede hoteleira e de restaurantes é expressiva. A alimentação é mais vegetariana do que de carnes e enchidos e os sumos são naturais e muito apreciados pelos turistas. 

Hotéis de cadeias internacionais estão espalhados em todos os cantos e não param de aumentar. Afinal é a capital da diplomacia continental, por albergar a sede da União Africana e também da Comissão Económica das Nações Unidas para África. 

A sede da União Africana é um majestoso edifício de 20 andares e 31 salas de conferências, dominando toda a zona administrativa da capital etíope. 

Inaugurada em 2012, a sala principal da conferência foi atribuída o nome de Nelson Mandela, em homenagem ao primeiro Presidente negro da África do Sul. 

São mais de 120 missões e embaixadas em Adis Abeba, o que obriga a um investimento sério no domínio da hotelaria. Os hotéis são os maiores geradores de emprego na cidade, que tem sido “invadida” por um assinalável êxodo rural. 

A cidade é também uma das maiores sedes de organizações não governamentais do mundo, que são conhecidas por pagarem bons salários. 

Investidores internacionais têm o olhar voltado para os diversos segmentos da economia com destaque para o sector imobiliário, serviços e hotelaria. 

Adis Abeba tem um estilo arquitectónico distinto, ao contrário de muitas cidades africanas, a capital etíope não foi construída como um assentamento colonial, o que significa que a cidade não tem um estilo de arquitetura europeia. 

Porém, devido à invasão italiana em 1936, a cidade começou a ter influência na arquitetura italiana. Muitos edifícios na cidade são de estilo italiano, influenciados pela arquitetura europeia, o distrito de Pizza (centro da cidade) é a parte mais evidente da arquitetura italiana. 

Sobre o país 

A Etiópia, o 2° maior país em população da África, está localizada no "corno de África", uma região estratégica do continente próxima ao Médio Oriente. Não possui litoral e faz fronteira com Djibuti, Eritreia, Quénia, Somália, Sudão e Sudão do Sul. 

Organização política 

A Etiópia é considerada "nunca colonizada" por alguns estudiosos, apesar da ocupação da Itália de 1936 a 1941 porque não resultou
em uma administração colonial duradoura. 

O sistema politico do país se desenvolve na estrutura de uma República Federativa parlamentarista, no qual o primeiro-ministro é o Chefe do Governo (designado pelo parlamento), atualmente Abiy Ahmed. 

O Presidente da República exerce funções mais protocolares, sendo designado pela Câmara Baixa (Conselho de Representantes do Povo) e pelo Senado (Conselho Federal). 

A actual ocupante do cargo é Sahle-Work Zewde, a primeira mulher Presidente do país. 

Os representantes do povo são eleitos por voto popular directo, enquanto os senadores são designados pelas regiões administrativas. DC/AL





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