Luanda - A Assembleia Nacional solicitou, esta quarta-feira, uma clarificação do Ministério das Relações Exteriores sobre a situação do estudante angolano em Cuba, suspeito de ter assassinado o seu ex-professor naquele país caribenho.
O tribunal provincial de Havana, em Cuba, dá início, na próxima sexta-feira (11), ao julgamento de Armindo Leitão Jeremias, estudante angolano bolseiro, de 28 anos, detido desde Setembro último, suspeito de ter assassinado um amigo e ex-professor com quem mantinha uma relação de compra e venda de moeda.
O jovem foi detido dois dias antes de o primeiro grupo de estudantes angolanos regressarem ao país, em Setembro do ano passado, e também fazia parte da lista, depois de terminar a sua licenciatura, sob responsabilidade do Instituto Nacional de Gestão de Bolsas de Estudo (INAGBE).
Armindo Jeremias, estudante finalista do curso superior de Sistema de Informação de Saúde, da Faculdade de Tecnologia da Saúde, da Universidade de Ciências Médicas de Havana, foi preso na sua residência depois de as autoridades cubanas suspeitarem ter sido ele o assassino do seu ex-professor de matemática, no 3º ano da sua licenciatura.
O assunto do cidadão angolano, que já conta com o acompanhamento da Embaixada de Angola em Cuba, foi abordado esta quarta-feira na reunião da Conferência de Líderes Parlamentares, orientada pelo Presidente da Assembleia Nacional, Fernando da Piedade Dias dos Santos.
Segundo o deputado Lucas Ngonda, da FNLA, é necessário que o MIREX faça diligências para saber da situação do estudante e apurar, de facto, o que se passou, para depois ver como o Governo angolano pode intervir no caso.
Segundo Lucas Ngonda, os deputados estão preocupados com o caso, uma vez que em Cuba há pena de morte. "Segundo informações que temos vindo a receber, o jovem corre o risco de ser executado", referiu.
Já o deputado Alexandre Sebastião André, da CASA-CE, entende ser necessário saber se, na eventualidade do bolseiro ser condenado, haverá a possibilidade de extradição para cumprir a pena em Angola.
Posição idêntica foi defendida pelo deputado Benedito Daniel, do PRS.