Luanda - A analista política angolana Lúcia Kaka defendeu, esta quinta-feira, a necessidade de a Comunidade Económica dos Estados da África Central (CEEAC) intensificar a sua acção, para evitar que os países-membros estejam vulneráveis a alterações inconstitucionais do poder.
Lúcia Kaka falava à ANGOP a propósito das conclusões da Cimeira Extraordinária da CEEAC, realizada na última sexta-feira, na localidade de Djibloho, na Guiné Equatorial, que contou com a participação do Chefe de Estado angolano, João Lourenço.
A especialista entende que para prevenir que mais golpes de Estado aconteçam a nível dos Estados da CEEAC é fundamental olhar para os seus constituintes e apostar na distribuição equitativa da riqueza.
Sobre a suspensão do Gabão da CEEAC, a analista considerou uma medida prevista nos estatutos da Comunidade.
O Gabão está suspenso da Comunidade Económica dos Estados da África Central, até retornar à normalidade e à ordem constitucional.
A especialista em relações Internacionais refere que a decisão retira o direito de o Estado suspenso participar em actividades económicas, sociais e políticas, no quadro da organização.
“A medida é proporcional. Devemos ter em conta que a junta militar, que depôs o Presidente Ali Bongo, também elegeu um presidente com a mesma moldura temporal”, observou.
Para Lúcia Kaka, a medida ajusta-se ao contexto se se tiver em conta que as prováveis concertações deverão ocorrer num clima de tranquilidade.
A analista entende que essa questão temporal acaba por convergir com o período em que a junta militar deve criar as condições necessárias para concertações.
Participação de Angola na resolução de conflitos em África
A fonte da ANGOP destacou o empenho do Presidente João Lourenço na resolução de vários conflitos que nos últimos tempos têm assolado o continente africano, tendo acrescentado que tal postura demonstra que o Estado angolano é um ente amante da paz e segurança regional.
Afirmou, na ocasião, que o título de campeão da paz, atribuído ao Presidente João Lourenço pela União Africana, tem muito a ver com a “enorme experiência” de Angola na gestão e resolução de conflitos.
Segundo Lúcia Kaka, com essas acções, o país empresta o seu saber para ajudar não apenas a CEEAC, em particular, mas o continente africano, no geral.
A CEEAC foi criada em Libreville, Gabão, em Dezembro de 1981, tornando-se operacional apenas em 1985. É constituída por Angola, Burundi, Camarões, República Centro-Africana, Tchad, Congo, Guiné Equatorial, Gabão, Rwanda, São Tomé e Príncipe e República Democrática do Congo (RDC). LIL/AL