Conakry (Dos enviados especiais) - A cidade de Conakry é um daqueles lugares que desperta a atenção pelo seu pulsar, vindo a ser, de sexta-feira (30) a sábado (31), o ponto convergente de interesses de angolanos e guineenses ao mais alto nível.
Nestes dois dias, a capital da Guiné Conakry vai acolher o Presidente da República de Angola, João Lourenço, no quadro do fortalecimento das relações bilaterais, em sectores-chaves.
Trata-se de uma cidade portuária, quase sempre movimentada, com trânsito intenso e uma forte implantação do comércio informal. Nas principais ruas da capital, automóveis e motorizadas dividem espaços.
No meio da agitação de um dos grandes centros urbanos da África Ocidental, salta à vista, além dos mercados, a comida vendida à beira da rua, os restaurantes típicos e os vários locais de entretenimento nocturno.
Com 2,7 milhões de habitantes, é a maior cidade do país, tendo entre as suas atracções as Ilhas de Los, a península de Kaloum, o Palais Sékhoutouréya (Palácio da Presidência), a Grande Mesquita de Conakry e a Catedral de Santa Maria.
Entre as atracções de Conakry estão também as Cavernas de Kakimbon, o Museu Nacional e o Marché Madina, um dos maiores mercados da região.
É no pulsar dessa riqueza cultural e natural que sobressai alguns cuidados para conter a progressão da Covid-19, como é o uso de máscara facial, sobretudo nas instituições oficiais, sendo que na via pública esse adereço pode ser dispensado.
Na última semana tem chovido duas ou mais vezes por dia. A previsão é que esse clima se mantenha por mais dias. Durante os dois dias de visita de trabalho do Presidente João Lourenço a estimativa é de chuva.
No entanto, a cidade de Conakry é apenas parte da República da Guiné, chamada igualmente de Guiné Conakry para distinguir-se da vizinha Guiné-Bissau.
O país de Sékou Touré também faz fronteira com o Senegal, Mali, a Côte d'Ivoire, a Libéria e a Serra Leoa. Esse território tem uma área de 245.857 quilómetros quadrados, e tornou-se independente a 2 de Outubro de 1958.
Política e Economia
A Constituição da Guiné prevê um sistema político Presidencialista, sendo o Presidente da República o Chefe de Estado e de Governo. O poder Executivo é exercido pelo Governo. O poder Legislativo é investido tanto no Governo como na Assembleia Nacional.
Guiné é dividida em oito regiões administrativas (Boké, Conakry, Faranah Kankan, Quindia, Labé, Mamou e Nzérékoré) que são subdivididas em 34 prefeituras.
A moeda oficial da República da Guiné é o franco guineense, introduzido no lugar do franco CFA em 1959. A economia deste país, que tem à volta de 10 milhões de habitantes, é beneficiada pela grande quantidade de minerais que possui no seu subsolo.
Em 2019, a Guiné era o 3º maior produtor mundial de bauxite, uma matéria-prima para a fabricação de alumínio. No mesmo ano tinha cerca de 25 por cento das reservas mundiais deste mineral no seu território.
Quanto à produção de ouro ronda entre 14 a 17 toneladas anuais. O país já foi o 9º maior produtor de diamante do mundo, tendo também consideráveis toneladas métricas de ferro e quantidades indeterminadas de urânio.
A Guiné se destaca também pelo seu potencial de crescimento nos sectores da agricultura e das pescas.
Na agricultura, há dois anos, tinha como principais produções, em termos de volume, o arroz, a mandioca, o amendoim, milho, óleo de palma, a banana e cana-de- açúcar.
Na altura, esse Estado membro da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), registava baixas exportações no sector da agricultura.
Já as exportações de produtos agro-pecuários processados eram, em 2019, a castanha de cajú, o cacau, a borracha natural, o pêssego, café, a pêra, o algodão e gergelim.
A indústria do país é bastante pequena. Em 2018, o país foi o 7º maior produtor mundial de óleo de amendoim (110 mil toneladas).
Actualmente a Guiné exporta bauxite, alumínio, ouro, diamantes, café e pescado. Tem como principais parceiros comerciais Côte d'Ivoire, França, Coreia do Sul, Rússia, Espanha, Irlanda e Estados Unidos.
Por Adolfo Luemba