Doha (Dos Enviados Especiais) – O ministro da Economia e Planeamento, Mário Caetano João, afirmou, em Doha (Qatar), que Angola está a trabalhar com as Nações Unidas para a graduação de País de Menos Avançado para País de Rendimento Médio, prevista para 2024.
Para esta mudança, que acarreta os mais diversos desafios e oportunidades, o trabalho com as Nações Unidas destina-se a melhor aferir os requisitos necessários, segundo o governante.
O ministro falava à imprensa, em Doha, à margem dos trabalhos da 5ª Conferência das Nações Unidas sobre os Países Menos Avançados, que decorre entre 5 e 9 de Março.
Explicou que em situações de incumprimento do requisito mínimo em dois de três indicadores, desde que o Rendimento Médio Per Capita seja o dobro do necessário, ou seja, em vez de 1.200 dólares ter-se 2.400 dólares, pode contrabalançar os outros dois indicadores e o país tem esta condição.
Outro indicador, conforme o ministro, é o Índice de Capital Humano, ou múltiplo, para cujos requisitos , à semelhança do Índice de vulnerabilidade Económica, exigem ainda alguns desafios, cujas obrigações o país não conseguiu preencher.
Entretanto, o ministro assegurou que se está a trabalhar para que esses indicadores possam ajudar na graduação de Angola.
Sobre vantagens e desvantagens com a mudança, aclarou que os Países de Rendimento Médio apresentam algumas qualidades, principalmente no que toca à capacidade institucional, no respeitante ao índice de Desenvolvimento socioeconómico.
Segundo Mário Caetano João, quando se passa de País Menos Avançado, geralmente, onde se tem maior dificuldade em aceder aos mercados financeiros internacionais, pois se é visto como um país vulnerável, transitando a País de Rendimento Médio deve demonstrar-se uma capacidade institucional para honrar com todos os compromissos anteriores.
“Portanto, são estes os desafios, de nós estarmos à altura para honrarmos os mais diversos compromissos, que nos obriga a estarmos preparados para não mais recebermos doações”, declarou.
Mário Caetano referiu que quando o país decidiu graduar, em 2012, o Rendimento Médio Per Capita era superior a 3.500 dólares, e Angola, a par de outros indicadores, podia graduar.
“Desde 2012 passamos por uma crise económica e financeira, bem como a pandemia da Covid-19 que corroeu os ganhos que tivemos”, sublinhou
A seu ver, tais factos têm influenciado o Índice de Preços ao Consumidor de produtos ainda importados, importando-se também alguma inflação, o que lava a ser-se o mais racionais possível para, efectivamente, perceber-se o grau de desenvolvimento de Angola.
O ministro recordou que em 2012 o PIB era de 120 mil milhões de dólares e hoje voltou a esta cifra, depois de uma crise. No entanto, disse, a população passou para cerca de 10 milhões a mais, impactando nos indicadores sócio-económicos.
“Não devemos estar muito focados se vamos ser graduados ou não. O mais importante é podermos reflectir todos os nossos desafios no Plano de Desenvolvimento Nacional, que vai ditar se estaremos graduando ou não”, aconselhou o governante.
Para Mário Caetano, acima de tudo é para os indicadores dos últimos dez anos que se deve prestar a máxima atenção. ADR/VM
