Luanda – O vice-presidente da República, Bornito de Sousa, defendeu esta quinta-feira a promoção e conservação dos locais emblemáticos da cidade de Luanda, para a promoção do turismo e o desenvolvimento económico do país.
Bornito de Sousa falava à imprensa depois de visitar exposições e instituições promotoras de arte e a floresta da Ilha de Luanda.
Na qualidade de coordenador da Comissão Nacional Multissectorial para a Salvaguarda do Património Cultural, defendeu que os locais emblemáticos devem ser valorizados e conservados.
Quanto à floresta da Ilha de Luanda, considerou fundamental a sua conservação, por ser útil para a oxigenação do ambiente, a nidificação (fazer ninhos) e a pernoita de aves.
O vice-presidente da República congratulou-se com a existência de projectos em negociação, por via dos quais se deverá preservar a floresta, colocando-a ao serviço do turismo.
Lembrou que o Presidente da República, João Lourenço, em entrevista ao Financial Times, defendeu o descolar da economia baseada no petróleo, para uma apoiada na agricultura e no turismo.
No quadro da jornada de campo realizada hoje, no Distrito Urbano da Ingombota, em Luanda, Bornito de Sousa esteve no Museu de História Natural, no mural de finados músicos, no Projecto Baía (Ilha de Luanda), nas sedes da Associação dos Naturais e Amigos da Ilha de Luanda “Anazanga” e do grupo “Novatos da Ilha".
Visitou, igualmente, a sede do grupo carnavalesco “União Mundo da Ilha”, bem como a Fundação de Arte e Cultura, dedicada à inserção social de crianças vulneráveis.
Depois de passar pela requalificada Rua dos Mercadores, na baixa de Luanda, o Vice-presidente da República foi ao Memorial Dr. António Agostinho Neto, onde tomou contacto com a exposição “Henrique Abranches - um traço angolano”, uma iniciativa do instituto alemão Goethe.
A amostra, inaugurada a 15 deste mês e aberta ao público até 30 de Janeiro do próximo ano, é uma homenagem a Henrique Abrantes (1932-2004), combatente da luta de libertação, escritor, arqueólogo, antropólogo, pintor e professor.
A exposição dedicada a Henrique Abrantes, tido como pai da banda desenhada em Angola, inclui documentários e depoimentos.
Entre os depoimentos destacam-se os do escritor Pepetela e do cartoonista Lito Silva.
À margem das visitas, a governadora de Luanda, Paula Chantre de Carvalho, disse que o governo provincial procura parcerias público-privadas para a reabilitação e manutenção dos locais emblemáticos da cidade, incluindo a floresta da Ilha de Luanda.
O ministro da Cultura, Turismo e Ambiente, Jomo Fortunato, considerou fundamental a realização de estudos profundos sobre a coreografia e a canção da rebita, com a participação da Universidade.
Jomo Fortunato entende ser necessário repensar o apoio aos grupos carnavalescos do país, para que tenham sedes próprias e se tornem associações rentáveis e sustentáveis.
Para o governante, “o carnaval não deve ser só dançado na sua época, mas deve ser repensado ao longo do ano”.