Luanda – A maioria dos Balcões Únicos de Atendimento Público (BUAP), concebidos para registo eleitoral oficioso, teve esta quinta-feira, primeiro dia de trabalho, uma considerável afluência de potenciais eleitores.
Oitenta e quatro balcões, de um total de 596 previstos, arrancam hoje nas 18 províncias do país, para o registo e a actualização de dados dos cidadãos maiores, no quadro das eleições gerais previstas para 2022.
Em Luanda, nos municípios de Cacuaco e Viana houve grandes filas de interessados no registo, mas no município do Cazenga o balcão estava quase vazio, devido ao fraco sinal de internet, necessário para operar o equipamento.
Nesses locais, os cidadãos contestaram o facto de se exigir, para lá do Bilhete de Identidade, outros documentos, tais como comprovativos de pagamento de água e energia eléctrica.
Fiscais de partidos políticos manifestaram-se igualmente surpreendidos com a exigência de outros documentos, para além do Bilhete de Identidade.
País abraça registo eleitoral oficioso
No quadro desta iniciativa, a governadora do Bengo, Mara Quiosa, afirmou que o registo eleitoral oficioso constitui um passo determinante para a realização das eleições em 2022.
Na Lunda Norte, o início do processo ficou marcado pela fraca afluência dos cidadãos. Destaque para o registo dos membros do governo provincial e das administrações do Chitato e Cambulo.
No Bié, o governador Pereira Alfredo inaugurou o primeiro BUAP. O acto marcou o início do registo eleitoral oficioso na região.
Em Benguela, a expectativa é que mais de um milhão de eleitores actualizem o registo oficioso, até Março de 2022. O início do registo teve a presença do governador Luís Nunes da Fonseca.
No Moxico, o director do Gabinete provincial dos registos, modernização administrativa, Henrique Mateus, espera que sejam cadastrados mais de 250 mil eleitores.
No Cuanza Sul, o governador provincial, Job Capapinha, apelou à adesão dos cidadãos ao processo.
No Cunene se quer maior a divulgação dos serviços importância do funcionamento dos Balcões Único de Atendimento ao Público (BUAP).
Gerdina Didalelwa, governadora do Cunene, apelou aos cidadãos que em 2017 não votaram, na altura por serem menores de 18, a tratarem do Bilhete de Identidade e constar na base de dados para poderem votar no próximo pleito.
No Cuando Cubango, o primeiro BUAP vai ser administrado por três técnicos, sendo um chefe de posto e dois operadores. O tempo de atendimento previsto por cada utente é de três a dez minutos.
Na Lunda Sul, que vai contar com 14 BUAP, o governador afirmou que o registo oficioso e a atribuição do cartão do munícipe representam um novo momento na vida do país.
Em Malanje, vários cidadãos aproveitaram o primeiro dia para actualizar o seu registo eleitoral oficioso.
No Huambo, a governadora Lotti Nolika incentivou os cidadãos a continuarem a assumir um comportamento cívico responsável durante o processo de registo eleitoral, enquanto condição indispensável para o exercício de voto.
Na Huíla, a actualização do registo eleitoral oficioso arrancou em oito dos 42 BUAP previstos, assim como em sete, dos 14 municípios da província.
Os BUAP já funcionais nessa primeira fase estão implementados nos municípios do Lubango (dois), Matala, Chibia, Quilengues, Quipungo, Cacula e Caluquembe, com um cada.
Em Cabinda, três dos 12 BUAP previstos já funcionam, desde esta quinta-feira.
Trata-se dos Balcões da Administração Municipal, da Urbanização 4 de Abril e do município de Cacongo.
Do total de 84 BUAP, 21 estarão em Luanda, oito na Huíla, nove em Benguela, seis no Huambo, cinco em Malanje, cinco no Cuanza Sul, quatro no Bié e três cada nas províncias de Cabinda, Cunene, Namibe e Uíge.
As províncias do Bengo, Cuando Cubango, Cuanza Norte, da Lunda Norte, do Zaire, Moxico e da Lunda Sul contam com dois BUAP para o cadastramento e actualização dos dados dos cidadãos maiores.
Com fim previsto para Dezembro próximo, na primeira fase serão actualizados a base de potenciais eleitores só no país.
A segunda fase, a decorrer de Janeiro a Março do próximo ano, será feita dentro das fronteiras nacionais e na diáspora.
O registo eleitoral oficioso prevê recensear todos os cidadãos com capacidade eleitoral activa, durante seis meses.