Congo sugere volta da Comissão Mista com Angola

     Política           
  • Cabinda     Sexta, 01 Outubro De 2021    22h26  
Cônsul Geral da República do Congo na provincia de Cabinda, Ougobo Fulgort
Cônsul Geral da República do Congo na provincia de Cabinda, Ougobo Fulgort
Pedro João

Cabinda – O Cônsul Geral da República do Congo em Cabinda, Ougobo Fulgort, defendeu, nesta sexta-feira, o reatamento dos encontros da Comissão Mista de Defesa e Segurança ao nível dos governadores  das províncias limítrofes entre os dois países.

Trata-se de encontros, anteriormente regulares, com os governadores de Cabinda (Angola), Kouilou, Ponta-Negra e Niari (República do Congo), interrompidos há mais de um ano por questões técnicas, logísticas e pelo surgimento da Covid-19.

Em declarações à ANGOP, Ougobo Fulgort justificou a pertinência de se retomar os encontros à necessidade da adopção de "mecanismos excepcionais", para viabilizar a mobilidade dos diplomatas e de outros cidadãos que procuram tratamento de saúde nos dois lados da fronteira.

Em consequência das medidas para conter a progressão da Covid-19 foram restringidas, do lado de Angola e do Congo, a emissão de documentos de entrada, estadia e saídas, como do Cartão Consular.



No entender do Cônsul, nessa fase torna-se urgente a adopção de medidas "práticas e excepcionais" para facilitar a mobilidade das pessoas nas regiões vizinhas de  Massabi (Cabinda) e Ntiamba Nzassi (Congo).

"São assuntos que só devem ser analisados dentro deste fórum, para se acautelar atropelos no cumprimento dos acordos conjuntos e encontrar mecanismos administrativos concertados", observou.

Problemas com o Cartão Consular

Também inquieta o Cônsul alguns casos em que a autenticidade do Cartão Consular, emitido pelo Consulado Geral Congolês em Cabinda, é posto em causa.



No caso concreto, o Cartão Consular permite que os cidadãos congoleses circulem e permaneçam legalmente em território angolano, segundo o diplomata.

"O que acontece é que esse documento tem sido posto em causa por alguns agentes das autoridades migratórias em Cabinda", contrariamente ao "que acontece com os cidadãos angolanos no Congo, onde circulam com o mesmo tipo de documento emitido pelo Consulado Geral de Angola em Ponta-Negra, sem constrangimento".

Inquietações na fronteira marítima

O Cônsul Ougobo Fulgort considerou também imperioso analisar a situação na fronteira marítima entre Cabinda (Angola), Ponta-Negra e Kouilou (Congo).

Nos últimos meses vários pescadores angolanos têm sido detidos e julgados pelas autoridades congolesas, sob acusação de violação das águas territoriais daquele país.


Para pôr termo a esse quadro, o diplomata defende a criação, a curto prazo, de uma comissão multissectorial técnica Angola/ Congo, que deverá vistoriar as bóias que sinalizam os marcos e os limites fronteiriços marítimos entre os dois países.

Adiantou que embora as violações sejam constantes, não podem criar um mau ambiente na relação entre as duas regiões, daí a necessidade de um trabalho conjunto.

A par das violações na fronteira marítima, o responsável expressou também preocupação em relação ao tráfico de combustíveis e contrabando de mercadorias na fronteira terrestre.

Desde o início do seu consulado em 2019, Ougobo Fulgort tem a sua agenda diplomática focada no incentivo do comércio nas quatro províncias (Cabinda, Niari, Kouilou e Ponta-Negra) e na criação de parcerias, no quadro da cooperação sul- sul.

Mais de mil cidadãos da República do Congo (Brazzaville), na sua maioria idos dos departamentos (províncias) de Ponta-Negra, Kouilou e Niari residem na província de Cabinda.

Angola e Congo gozam de excelentes relações de cooperação com destaque para os domínios político-diplomático, transportes, petróleos, comércio, turismo, e ambiente.

 





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