Benguela - A conferencista nacional Nanay Gourgel destacou, esta segunda-feira, em Benguela, que a mulher polícia tem pautado por uma actuação rigorosa no exercício das suas funções, em prol da elevação e dignificação da imagem da corporação.
A também docente foi oradora do tema "Liderança feminina: origem e perspectivas", no âmbito da II Conferência Nacional de Formação de Mulheres Polícias, que decorre desde o dia 26 de Novembro, na província de Benguela.
A prelectora reconheceu que as mulheres polícias são exímias no exercício das suas funções, fruto da aposta do Ministério do Interior na capacitação permanente desta franja social.
Só para dar um exemplo, Nanay Gourgel, citando dados lidos num jornal, lembrou o facto de que o Ministério do Interior
já promoveu mais de duas mil mulheres para cargos de chefia.
"Eu colhi esta informação fenomenal num jornal e só posso dizer que as mulheres polícias estão ao mais alto nível das suas capacidades", sustentou.
Nanay Gourgel reconheceu que, ao contrário de outros sectores públicos, o Departamento Ministerial responsável pelo pelouro do Interior tem tido a preocupação de capacitar primeiro e, depois, empoderar a mulher polícia.
Destacando que só a província de Benguela tem mais de 700 mulheres polícias, Nanay Gourgel diz que esta formação é o melhor caminho para enquadrar a mulher nos órgãos de decisão a nível dos órgãos de Defesa e Segurança.
Questionada sobre se Angola pode vir a ter, no futuro, uma mulher no cargo de comandante-geral, a oradora do tema foi peremptória em enfatizar que esta realidade está muito perto de acontecer.
"Pelo que eu vejo, quiçá uma ministra do Interior", disse, mostrando-se surpreendida pelas capacitadas táticas e técnicas da mulher polícia, demonstradas entretanto na abertura do evento, no dia 26.
Já enquanto apresentava o tema ao subgrupo de 400 formandas, na tenda 1, Nanay Gourgel enalteceu as qualidades da mulher como dirigente nata, seja no serviço policial ou na comunidade.
Porém, defendeu que é necessário que as mulheres sejam mais interventivas - e menos competitivas - tendo um espaço de acção para o seu crescimento.
Hoje, segundo dia do certame, foram ainda apresentados temas como "Segurança Pública nos Estados Democráticos: Novas ameaças e desafios das forças especiais", "Desafios de segurança da fronteira de Angola".
Já na tenda 2, a abordagem centrou-se num painel sobre comando e liderança, que incluiu temas como "Liderança policial", "Violência física entre parceiros íntimos: a culpa como requisito para a aplicação da pena ", entre outros.
A decorrer em formato presencial e virtual, na Academia de Polícia Santana André Pitra "Petroff", no município da Baía Farta, a II Conferência Nacional de Formação de Mulheres Polícias reúne mais de mil participantes e convidados da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), com destaque para Moçambique e Zimbabwe.
A primeira conferência aconteceu em 2018, em Luanda, com a participação de 1.500 mulheres. JH/CRB
