Luanda – O ministro angolano das Relações Exteriores, Téte António, destacou terça-feira, em Kigali (Rwanda), o papel central da diplomacia na prevenção e resolução de conflitos, bem como o engajamento do país em iniciativas a favor da paz e da estabilidade na região dos Grandes Lagos.
Ao intervir na 2ª reunião ministerial União Africana - União Europeia, o governante acrescentou que é neste contexto que o país desenvolve acções de mediação para a normalização das relações entre o Rwanda e o Uganda, bem como na procura de uma solução justa e sustentável que garanta a paz e a segurança na República Centro-Africana (RCA).
Téte António recordou que o Chefe de Estado angolano, João Lourenço, na qualidade de Presidente em Exercício da Conferência Internacional sobre a Região dos Grandes Lagos (CIRGL), congratulou-se com o cessar-fogo unilateral decretado na RCA, a 15 de Outubro, e reiterou que “esta decisão política é um factor indispensável para o sucesso de todo o processo de paz e da reconciliação nacional em curso naquele país”.
O ministro evidenciou que Angola apela à comunidade internacional para renovar a sua confiança e apoio às autoridades da RCA, incluindo a necessidade do fim do embargo de armas imposto ao seu governo pela Resolução 2536/20, do Conselho de Segurança das Nações Unidas, que compromete a sua função essencial de garantir a segurança e a protecção das populações e promover a paz e a estabilidade nacional.
Reiterou o esforço da República de Angola na pacificação do continente africano, com a realização da 2ª Edição do Fórum Pan-Africano para a Cultura de Paz em África - Bienal de Luanda, nos dias 27, 28 e 29 de Novembro deste ano, em parceria com a União Africana e a UNESCO.
“Esperamos o engajamento e a participação activa de todos os Estados, para que em conjunto continuemos a avançar na divulgação e domesticação da Cultura de Paz em África”, manifestou.
O governante considerou que o combate ao terrorismo internacional, à pirataria marítima e ao extremismo violento em África deve ser também uma responsabilidade comum e uma das áreas prioritárias da cooperação entre a UA e a UE.
Na sua óptica, este pressuposto deve ser concretizado no financiamento de iniciativas diplomáticas africanas para a prevenção, gestão e resolução de conflitos e na mobilização de investimentos para a criação de melhores perspectivas económicas e o reforço da capacidade dos Estados na consecução das necessidades e expectativas dos cidadãos no continente.
“Neste sentido, e com o objectivo de fortalecer as condições de combate ao terrorismo em África, bem como promover a implementação da Cooperação entre a União Africana e União Europeia, Angola tomou a iniciativa de propor junto da Comissão da União Africana, a realização de uma Cimeira dos Chefes de Estado e de Governo sobre o Terrorismo em África, agendada para Fevereiro de 2022”, anunciou.