Cazenga - A vice-presidente do MPLA, Luísa Damião, reafirmou hoje, sexta-feira, o empenho do Executivo angolano na educação e no ensino técnico-profissional para que a juventude possa aprender a preservar os valores culturais, históricos e patrióticos.
“A educação deve ser a premissa fundamental para a preservação e conservação da identidade de um povo”, defendeu.
A responsável, que falava na abertura de uma palestra alusiva a comemoração do Dia 4 de Fevereiro, apelou aos jovens a focarem seus esforços nos estudos porque, "estudar exige sacrifícios mas os frutos só vêem com esforço, resiliência, paciência, fé e esperança em dias melhores".
Segundo a vice-presidente do MPLA ser jovem nos dias que correm é muito diferente do que era antigamente "porque o mundo é mais rápido, mais tecnológico, mais digital, menos analógico e num click, estamos numa aldeia global".
Porém, de acordo com Luísa Damião, colocam-se grandes desafios na comunicação, na medida em que tudo começa a ficar mais virtual e, por conseguinte, é preciso adaptarmo-nos a esse contexto irreversível.
Para a vice-presidente do MPLA, apesar de muitas mudanças, "é preciso, enquanto sociedade, família e país, continuar a dialogar com as crianças e jovens, para lhes transmitir valores positivos".
Por seu turno, o historiador Cornélio Caley, que foi o prelector do evento, manifestou um sentimento de gratidão pela oportunidade de falar para os jovens sobre a importância dos acontecimentos do dia 4 de Fevereiro de 1961.
Na madrugada de 4 de Fevereiro de 1961 um grupo de mulheres e homens, munidos de paus, catanas e outras armas brancas atacou a Casa de Reclusão e a Cadeia de São Paulo, em Luanda, para libertar presos políticos, ameaçados de morte.
Em resposta ao ataque, o regime colonial-fascista reagiu brutalmente com uma acção de repressão em todo o país, com assassinatos, torturas e detenções arbitrárias.
Essas prisões e assassinatos de várias pessoas indefesas levou alguns nacionalistas a organizarem-se para a luta de libertação.
Os preparativos da acção tiveram início em 1958, em Luanda, com a criação de dois grupos clandestinos, um abrangendo os subúrbios e outro a zona urbana, coordenados por Paiva Domingos da Silva, Imperial Santana, Virgílio Sotto Mayor e Neves Bendinha (já falecidos).
O 4 de Fevereiro de 1961 é considerado um marco importante da luta africana contra o colonialismo.
Os acontecimentos deste dia traduziram-se assim numa sublime expressão de nacionalismo, demonstrada pelos angolanos. KAM/ACS/SC