Viana - O presidente da Associação Mãos Livres, Guilherme das Neves, apelou esta sexta- feira, em Luanda, aos eleitores para absterem-se de permanecer nas proximidades dos locais de votação depois de votarem.
Ao falar numa conferência de imprensa sobre o processo eleitoral, no município de Viana, o responsável disse que a presença de cidadãos próximo das assembleias, caso se efective, "constituiria um perigo, por se desconhecer as reais intenções das pessoas".
Apesar de reconhecer não ser proibido permanecer a uma distância de mais de 500 metros, disse não haver motivos para os eleitores fixarem-se nos arredores, já que todos os partidos políticos estarão representados por delegados indicados para fiscalizar o acto.
Instado a pronunciar-se sobre a movimentação das forças de defesa e segurança, Guilherme das Neves afirmou ser legal, e para "se evitar eventuais actos de instabilidade".
"Uma coisa é o ajuntamento e outra é a manifestação, mas tudo isso na prática não é bom, porque os excessos por parte dos cidadãos serão maiores neste dia de tolerância de ponto", realçou.
De acordo com o activista dos direitos humanos, "se o partido UNITA diz ter razão sobre o seu argumento, do ponto de vista prático não é aconselhável".
Sobre a suposta fraude eleitoral, afirmou que “esta linguagem já vem desde as primeiras eleições de 1992”, realçando que a decisão do voto é dos angolanos na qualidade de potenciais eleitores.
Disse estar optimista que as eleições decorrerão num clima de paz e concórdia, não descartando porém a possibilidade de haver algum incidente em função dos resultados de cada partido concorrente.
Relativamente ao papel da Igreja Católica sobre a realização de vigílias, considerou "um gesto positivo, já que nesta fase a instituição está a se tornar uma voz credível para a sociedade".
“A maior parte dos angolanos é cristã e está a orar pela paz, porque a missão da igreja é a pacificação dos espíritos’’, concluiu.
Fundada a 25 de Abril de 2000, a Associação Mãos Livres é uma organização filantrópica que vela pelos direitos humanos, e, entre outras tarefas, presta apoio jurídico às pessoas vulneráveis, trabalhando na capacitação e no suporte técnico de processos de desenvolvimento humano e acesso à justiça.
Os angolanos vão votar pela quinta vez para eleger o Presidente da República, o Vice-Presidente e os 220 deputados à Assembleia Nacional.
Estão registados, em todo o país e no exterior, 14 milhões 399 mil eleitores.
As quatro primeiras eleições aconteceram em 1992, 2008, 2012 e 2017.