Huambo – A FNLA apresentou esta sexta-feira, na província do Huambo, o seu programa de governação aos vendedores do mercado informal da Quissala (“vulgo Alemanha”), com o foco nos sectores da agricultura, saúde, educação e segurança social.
Trata-se da primeira aparição pública da FNLA, nesta região do Planalto Central, desde o início da campanha eleitoral, a 24 de Julho último.
Na ocasião, o primeiro-secretário da FNLA no Huambo, José Ukuassapi, afirmou que o partido definiu, em caso de vitória nas eleições gerais de 24 deste mês, a distribuição regular de fertilizantes, para potenciar o sector agrícola nacional, enquanto base do desenvolvimento de qualquer país.
Informou que a sua formação política prevê reduzir, entre 2022-2027, o índice de crianças fora do sistema de ensino, com a construção de mais escolas e elevar o salário base do professor de nível médio para 300 mil Kwanzas, contra os actuais KZ 117.924 e 40 cêntimos auferidos por um docente desta categoria.
Saúde e antigos combatentes
Na vertente da saúde, a FNLA perspectiva apostar na humanização dos serviços, ampliar a rede sanitária do país, para evitar que à população percorra longas distâncias em busca de assistência médica e medicamentosa.
José Ukuassapi disse, ainda, que o seu partido projecta implementar o subsídio de pobreza, para melhorar as condições de vida das famílias.
A FNLA recrutou, nesta região, quatro mil 500 delegados de listas, para fiscalização das mesas de assembleias de voto.
Na província do Huambo, a quarta maior praça eleitoral, depois de Luanda (capital do país), Huíla e Benguela, foram registados um milhão 103 mil 685 eleitores, com mil e 15 assembleias e mil 973 mesas de voto.
No pleito eleitoral de 23 de Agosto de 2017, a FNLA na província do Huambo obteve quatro 769 votos, representando 0,80 por cento, sem a possibilidade de eleger qualquer deputado pelo círculo eleitoral local.
Centros de acolhimento no Bié
O reforço do combate ao fenómeno criança de e na rua, na província do Bié, também, será um dos desafios da FNLA.
Em declarações à ANGOP, no quadro da campanha eleitoral, o secretário provincial da FNLA no Bié, António Muhongo, prometeu que, para além da acomodação e acompanhamento social, o seu partido pretende investir na construção de centros de acolhimento a nível do Bié e das demais províncias do país.
Segundo estimativas, existem 83 petizes de/e na rua, na província do Bié, de acordo com dados disponibilizados pelo Instituto Nacional da Criança (INAC).
Segundo as estatísticas do INAC, organização de defesa dos direitos dos menores de idade, o número de petizes fora do convívio familiar cresceu entre 2021 e 2022, passando de 52 para 83, só no Cuito. Esta situação social preocupa às autoridades locais.
As crianças, acrescentou, poderão beneficiar de um ensino de qualidade e formação sócio-profissional, para se enquadrarem no mercado de trabalho na idade adulta.
Por outro lado, o dirigente político reafirmou a perspectiva da FNLA melhorar os salários dos antigos combatentes e veteranos da pátria, em reconhecimento do seu sacrifício para a paz em Angola.
Em 2017, a FNLA não conseguiu eleger nenhum deputado no Bié. Obteve três mil 314 votos, correspondendo a 0,86 por cento .
Para as eleições de 24 de Agosto, onde concorrem os partidos políticos MPLA, UNITA, PRS, FNLA, PHA, APN, P-NJANGO e a coligação CASA-CE, estão registados 14 milhões e 399 mil eleitores, dos quais 22 mil 560 na diáspora, distribuídos por 12 países.
Este será o quinto sufrágio em Angola, depois dos de 1992, 2008, 2012 e 2017, todos ganhos pelo MPLA.