Cairo - O embaixador de Angola no Egipto, Nelson Cosme, realçou hoje, no Cairo, os passos dados por Angola, Zâmbia e República Democrática do Congo para operacionalização do Corredor do Lobito.
O projecto de integração regional permitirá aos três países transportar metais usados para fabricar veículos eléctricos e turbinas eólicas das minas interiores para o porto, reduzindo o tempo de transporte de semanas para dias.
Numa mensagem endereçada ao corpo diplomático e à comunidade angolana residente no Egipto, alusiva ao Dia da Libertação da África Austral, que hoje se assinala, no âmbito da Presidência da SADC por Angola, o diplomata falou da importância estratégica do Corredor do Lobito para a integração regional, assinalando que o acordo tripartido permitirá que esses Estados desenvolvam conjuntamente regulamentos e sistemas de corredores harmonizados, para promover o desenvolvimento de infra-estruturas.
Na mensagem, o diplomata faz um histórico sobre a Libertação da África Austral, cujo ponto alto foi a conhecida “Batalha do Cuito Cuanavale” (ocorrida entre 15 de Novembro de 1987 e 23 de Março de 1988), na província do Cuando-Cubango, onde se confrontaram os exércitos de Angola (ex-FAPLA), contra o exército sul-africano, numa batalha considerada a mais prolongada que teve lugar no continente africano, desde a Segunda Guerra Mundial.
Durante a Presidência rotativa da SADC por Angola, assumida em Outubro de 2023, para o período 2023-2024, o principal desígnio é fazer da Comunidade uma região pacífica, inclusiva, competitiva e industrializada, o que passa pela implementação dos objectivos destinados a alcançar a valorização do capital humano, questões financeiras, paz e estabilidade, afiançou o embaixador Nelson Cosme,.
Outra aposta, afirmou, é diversificação das fontes de financiamento e concretização dos projectos dos países da região, como declarou o Presidente da República, João Lourenço, aquando da assumpção da Presidência da SADC, organização integrada pelo Botswana, Comores, República Democrática do Congo, ESwatini, Lesotho, Madagáscar, Malawi, Maurícias, Moçambique, Namíbia, Seychelles, África do Sul, Tanzânia, Zâmbia e Zimbabwe.
“Em suma, a República de Angola procurará garantir a execução dos principais objectivos da SADC, que consistem em alcançar o desenvolvimento económico, a paz e a segurança, o crescimento, reduzir a pobreza, elevar o nível e a qualidade de vida das populações da África Austral e apoiar as camadas sociais desfavorecidas, por via da integração regional”, enfatizou.
No âmbito da Agenda da União Africana 2063, acrescentou o diplomata angolano, uma das novas propostas do bloco é desenvolver uma união aduaneira com a redução ou eliminação das tarifas alfandegárias. Com isso, propõe-se garantir o desenvolvimento económico dos países envolvidos, com a ampliação e o fomento do mercado interno, e impulsionar a implementação da Zona de Comércio Livre.
Nelson Cosme assinalou igualmente que Angola continua a defender uma frente mais unida e uma voz comum para salvaguardar a posição da Organização em questões internacionais fundamentais, como a paz, segurança, o reforço da democracia, desenvolvimento sustentável e alterações climáticas.
Acções do Executivo para área social
O embaixador assinalou que o Executivo angolano tem dado prioridade ao sector Social e, particularmente, à Saúde, com um significativo investimento em capital humano, com ingresso de novos profissionais de saúde, melhoria do acesso aos serviços de saúde, aos medicamentos e a reabilitação e ampliação de unidades
O diplomata realçou que a Presidência da SADC impõe algumas responsabilidades, não só para o Executivo angolano, mas para todos os Estados membros, no combate às principais doenças.
Faz referência a tuberculose, malária e o VIH, entre outras grandes preocupações da SADC, considerando, igualmente, a necessidade de maior atenção a má nutrição, a saúde materno-infantil, bem como a violência sexual contra as raparigas e mulheres.
“Na República Árabe do Egipto, vamos continuar o trabalho desenvolvido pelo nosso antecessor (RDCongo), prosseguir o legado de defesa dos interesses e da agenda da SADC, inspirado pelo princípio do Pan-africanismo, do bilateralismo multilateralismo, no âmbito da implementação da Agenda 2063 da União Africana”, enfatizou.
Ainda no domínio social, o embaixador Nelson Cosme destacou as acções do Executivo, no sentido da educação inclusiva, destinada a proporcionar um desenvolvimento integral e harmonioso dos alunos, de acordo com as características e necessidade pessoais.
No sentido da extensão da rede escolar, as acções do Executivo estão viradas para a construção de novas escolas em todo o país, particularmente enquadradas no Plano Integrado e Intervenção nos Municípios (PIIM), além da realização de concursos públicos externos para ingresso de novos Professores do ensino primário e secundário em todo o território nacional.
No âmbito das reformas em curso no sector do ensino superior, tem desenvolvido um processo de avaliação externa e acreditação de cursos nas diferentes instituições públicas e privadas, iniciativa que visa alavancar a qualidade de ensino no país.
