Embaixador Nelson Cosme fala sobre Angola no Egipto

     Política           
  • Luanda     Terça, 30 Novembro De 2021    19h50  
Embaixador de Angola no Egipto, Nelson Cosme (ao centro)
Embaixador de Angola no Egipto, Nelson Cosme (ao centro)
Cedida

Cairo - O embaixador de Angola no Egipto, Nelson Cosme, apontou, na cidade do Cairo, o aprimoramento do emprego como um dos principais desafios do Executivo, para a melhoria das condições de vida dos angolanos.

Numa entrevista à Rádio Cairo Internacional, para abordagem das relações de cooperação entre Angola e o Egipto, o diplomata referiu que para o alcance desse objectivo, o Executivo tem-se apoiado no sector privado, permitindo que essas empresas, sejam geradoras de emprego complementar ao sector público. Fundada em Outubro de 1953, essa rádio emite o seu serviço em português, em ondas curtas.

Outra importante realização do Executivo, para esse objectivo, é a aposta no aumento da oferta de produtos e serviços, através do incentivo à produção nacional, face à incidência da Covid-19 sobre a economia (uma situação global), que afecta a programação do Governo.

No entanto, afirmou que as perspectivas são animadoras, porque o Executivo, liderado pelo Presidente João Lourenço, tem captado mais investimento estrangeiro, melhores parcerias e cria condições para elevar o ambiente de negócios.

Para o embaixador, os grandes desafios estão virados à melhoria das condições de vida das populações, que passa pelo crescimento económico, apoio ao sector empresarial privado e uma melhor governação e gestão pública.

Na entrevista, falou sobre a abertura de Angola ao mundo, com prioridade a relação com África, realçando a importância da parceria com o Egipto, além das relações privilegiadas com outros países, sobretudo do ponto de vista de investimento.

“Estes foram e continuam a ser importantes parceiros para o desenvolvimento das infra-estruturas, e tivemos uma cooperação forte, real, que desenvolveu também toda parte das construções das novas cidades, grandes extensões de estradas e pontes e infra-estruturas públicas como escolas e postos de saúde, construídas com essa cooperação”, enfatizou.

Convidou a comunidade empresarial egípcia a investir em Angola, dando garantias da existência de um melhor ambiente de negócios no país.

Angola está aberta a todos que queiram investir, quer no sector da indústria, agro-indústria e têxtil, quer em minas, energia e pescas, entre outros, adiantou.

As exportações do Egipto maioritariamente são de produtos manufacturados, enquanto no sentido inverso, existe uma grande interacção no sector do petróleo e do gás.

Disse que a abertura estende-se ao turismo, referindo que o país tem sido muito visitado, principalmente por homens de negócios.

“Aqui no Egipto, tenho visto pessoas que querem conhecer novos recantos, não apenas na capital, mas nas demais províncias de Angola”, afirmou o diplomata, indicando as sete maravilhas de Angola como alguns dos sítios e monumentos para visitar.

Democracia e paz

O embaixador referiu que o alcance da paz, em 2002, permite a consolidação e aprofundamento da democracia, através dos debates francos e abertos entre as várias forcas políticas representadas na Assembleia Nacional.

Nelson Cosme considera que durante os 20 anos de paz, Angola teve um crescimento notável, à semelhança do Egipto, em termos de habitação, novas cidades, novas escolas, universidades, um crescimento que o Executivo tem estado a impulsionar, para que possa ter um reflexo na melhoria das condições de vida do povo angolano.

 Liderança Feminina

Segundo o diplomata, a mulher em Angola tem um papel primordial no desenvolvimento, com uma participação em cargos de governação de 28,5%, parlamento em 30%, judiciário (28,5), e diplomático (22,8), para a definição e concepção de políticas públicas ou privadas.

"A mulher Joga igualmente um importante papel na educação e formação da sociedade, por isso, ela não pode ser dissociada de qualquer outra acção que se propaga, em prol do desenvolvimento angolano", enfatizou.

Acrescentou que Angola tem mulheres que se destacam no desporto (basquetebol, andebol, futebol), em sectores promocionais (Leila Lopes, eleita miss universo 2011), além de outras “heroínas” que se notabilizam ao nível internacional nas categorias de política e cultura.

Actividade diplomática no Egipto

Relativamente à actividade diplomática no Egipto, informou que Angola pretende tirar melhor proveito à cooperação bilateral, aprofundando a sul-sul e, desta vertente das relações, ver todas as grandes evoluções que o Egipto tem no domínio da indústria, das infra-estruturas, logística e indústria militar, turismo, cultura, particularmente, a preservação dos museus, além de outros sectores, como a formação.

Para isso, adiantou, tem sido preocupação que sejam finalizados, rapidamente, os instrumentos de cooperação bilateral e permitir as consultas políticas regulares, a parceria institucional pública, mas também privada.

Destacou a importância da primeira reunião da Comissão Mista, para o próximo ano, a fim de se actualizar os instrumentos jurídicos, como o Acordo-Geral de cooperação técnico-científico, de supressão da dupla tributação, que vai beneficiar os empresários, e de supressão de vistos em passaportes de serviço e diplomáticos.

Abordou igualmente a importância do Egipto, pelo seu papel político e diplomático, mediação e estabilidade da região do Médio Oriente, além de ser historicamente conhecido como “Berço da civilização”. 

Sobre o papel de Angola, sublinhou que tem uma função preponderante no processo da integração regional da África Austral e África Central.

Angola não só preside à Conferência sobre a Região dos Grandes Lagos, mas também à CPLP.

Em sua opinião, as questões de África têm de ser vistas de forma diferente, apesar de algumas dificuldades, porque é um continente que conquistou a sua emancipação e, tal como Angola, o seu povo está consciente, não aceitando, nem políticas, nem ajudas que por vezes não favorecem o desenvolvimento do continente, nem beneficiem as suas populações.

No caso particular de Angola, explicou que não interfere nas políticas dos outros países, pautando por relações amistosas e de boa vizinhança, mas também não permite que outros se imiscuam na sua política interna, primando pela defesa da soberania, relação de amizade, respeito mútuo e de vantagens recíprocas entre os estados.

As relações entre a República de Angola e a República Árabe do Egipto, mutuamente consideradas “fortes e maduras”, decorrem dos anos 60, aquando do envolvimento dos nacionalistas angolanos na luta pela independência, tendo sido fortalecidas em 1976, com instalação da embaixada angolana neste país do norte de África.

Na República Árabe do Egipto residem perto de 200 angolanos (incluindo estudantes e diplomatas), enquanto em Angola, a comunidade egípcia tem aumentado, sobretudo a nível de homens de negócios e profissionais prestadores de serviços nas áreas de telecomunicações, petróleo, gás, comércio e indústria.





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