Accra (Dos enviados especiais)- O embaixador de Angola no Ghana, Augusto da Silva Cunha, considerou, sábado, em Accra, vantajosas e “em bom nível” as relações bilaterais entre os dois países.
Em entrevista à imprensa, no quadro da visita de Estado do Presidente da República, João Lourenço, a partir de segunda-feira, o diplomata adiantou que os dois Estados estão a aprofundar as relações bilaterais, no quadro dos instrumentos jurídicos assinados, em 2019, aquando da visita do Estadista ghanense a Angola.
Angola está a trabalhar para a concretização dos acordos assinados em 2019, com destaque para o de supressão de vistos nos passaportes diplomáticos e de serviço, estando o processo já sob a alçada da Assembleia Nacional, salientou.
Em relação às trocas comerciais, o embaixador adiantou que o volume ainda não corresponde as pretensões de Angola, havendo um longo caminho a percorrer.
Neste domínio, referiu que Angola exporta para o Ghana matérias-primas, como ferro, aço e produtos do mar, com pretensão do seu alargamento.
Augusto da Silva Cunha destaca como vantagem o facto de o Ghana ser um dos dez países da África Ocidental, a par de outros como o Togo e a Nigéria, e estar a registar, nos últimos anos, um crescimento económico saudável, apesar dos efeitos provocados pela pandemia da Covid-19, e ser um país politicamente estável.
Angola e o Ghana, que partilham uma história comum na luta pelas independências nacionais, rubricaram os primeiros instrumentos jurídicos em 1976.
Para fortalecer o intercâmbio e as parcerias estratégicas, os dois governos assinaram em Angola, em 2019, por altura da visita do Presidente do Ghana, Akufo Addo, um Memorando no domínio da Educação, tendo em vista a mobilidade de professores e pesquisadores em instituições de ensino superior e centros de pesquisa científica.
Assinaram, ainda, o Acordo sobre o Funcionamento da Comissão Bilateral de Cooperação, visando estabelecer um quadro que permita a implementação da Comissão Bilateral, criada à luz do artigo 7º do Acordo Geral de Cooperação Económica, Científica, Técnica e Cultura.
Entre os acordos consta, igualmente, o da supressão de vistos recíprocos em passaportes diplomáticos e de serviço, que visa facilitar a mobilidade migratória a favor de cidadãos de ambos os países portadores de passaportes diplomáticos e de serviço.
No actual cenário político e económico mundial, marcado pela forte retracção das economias, por causa da pandemia da Covid-19, os dois Estados perspectivam uma colaboração mais estreita, nos domínios da energia, petróleos e hidrocarbonetos.