Huambo – O espírito patriótico dos heróis do 4 de Fevereiro de 1961, focado no desejo da libertação dos angolanos contra o jugo colonial português, foi enaltecido, esta quinta-feira, no Huambo, pelo professor universitário Júlio Tchimbilundo de Paiva.
Segundo o académico, que falava durante uma palestra sobre “ A importância do 4 de Fevereiro de 1961, para a libertação do povo angolano”, promovida pelo Governo provincial do Huambo, a coragem e o patriotismo dos angolanos que se revoltaram contra a opressão colonial teve como base a vontade da valorização da pessoa humana.
Referiu que o desrespeito pela dignidade dos angolanos fez com que centenas de nacionalistas, entre homens e mulheres, dessem início à luta armada e de libertação nacional.
Perante uma plateia constituída pela governadora da província do Huambo, Lotti Nolika, o académico sublinhou que, tanto o MPLA, como a FNLA e a UNITA, eram movidos com uma dimensão patriótica de frente, porém cada um segundo sua conservação doutrinária, na perspectiva do alcance da Independência Nacional.
Lembrou que a luta individual dos movimentos de libertação nacional contrariou, de certo modo, a coesão e a união necessárias para o alcance da Independência Nacional, há muito almejada pelos angolanos.
Apesar disso, Júlio de Paiva destacou o papel da igreja na elevação da consciência patriótica dos jovens daquela época, que se debatiam com a carência de identidade cultural.
Por sua vez, a governadora da província do Huambo, Lotti Nolika, disse que o 4 de Fevereiro deve servir para prevenção dos bens conquistados pelos angolanos ao longo dos anos.
A palestra marcou a abertura das jornadas comemorativas ao Dia da Luta Armada e de Libertação Nacional, assinalar-se a 4 do corrente mês.
No âmbito das jornadas, estão previstas a inauguração de infra-estruturas sociais, para além da realização de diversas manifestações culturais e desportivas.
O 4 de Fevereiro de 1961 é considerado um marco importante da luta africana contra o colonialismo, numa tradição de resistência contra a ocupação que vinha desde os povos de Kassanje, do Ndongo e do Planalto Central.
Os acontecimentos de Fevereiro de 1961 traduziram-se assim numa sublime expressão de nacionalismo, demonstrada pelos angolanos.