Ndalatando - O ex-administrador da comuna da Aldeia Nova (município da Banga), Venâncio Adolfo Sango, enalteceu a Proposta de Lei da Nova Divisão Política Administrativa do país.
A proposta de lei, já em posse da Assembleia Nacional, prevê, no essencial, o aumento do número de províncias de 18 para 20. Propõe a divisão do Moxico e do Cuando Cubango em duas províncias cada e o aumento de 164 para 581 municípios em Angola, elevando as comunas e distritos urbanos a esta categoria.
Em declarações à ANGOP, Venâncio Sango, acredita que com esta reforma administrativa, o Executivo está a pensar no futuro do país, pelo facto de actualmente as comunas do país carecerem de desenvolvimento.
O ex-administrador comunal augura que com a nova divisão político administrativa, o governo crie condições necessárias com a construção de infra-estruturas sociais para a satisfação das necessidades da população.
Além de orçamento próprio, apontou como vantagens do projecto de lei a criação de novos postos de trabalho e de fontes de financiamento, afirmando que estes factores concorrerão para o desenvolvimento local.
Francisco Xavier, camponês na comuna do Tango, município de Ambaca, augura que a nova divisão política administrativa traga equilíbrio no desenvolvimento do país, reduzindo as assimetrias e o êxodo rural.
O soba grande da comuna do Luínga, Tito Kipopo, defendeu melhor inclusão dos aldeões na delimitação dos novos territórios, para evitar conflitos de terra no futuro, tendo elogiado a visão estratégica do Executivo que visa desenvolver as comunidades.
Aquando da apresentação pública do projecto, na província do Cuanza Norte, os membros do Conselho de Auscultação da Comunidade defenderam a manutenção dos nomes de algumas localidades para preservar a história das regiões.
De acordo com os membros desse órgão de consulta do Governo, a proposta de mudança de nomes de muitas localidades pode beliscar ou comprometer alguns elementos importantes da história de cada comunidade e do país e confundir as gerações vindouras.
Numa visita à província do Cuanza Norte, o ministro da Administração do Território, Dionísio da Fonseca, afirmou que a implementação da nova divisão político-administrativa do país coloca desafios à governação, consubstanciados na criação de condições para a prestação efectiva de serviços à população.
O governante precisou que o projecto da nova divisão político administrativa de Angola tem como foco a melhoria da qualidade e a aproximação dos serviços sociais básicos aos cidadãos.
“Uma vez concretizada, os cidadãos deixarão de percorrer longas distâncias para a satisfação das suas necessidades”, afirmou, na altura.
Garantiu que o Executivo está a trabalhar na mobilização de recursos financeiros para aproximar e assegurar aos munícipes serviços de educação, saúde, justiça e outros.
Dionísio da Fonseca disse compreender o cepticismo da sociedade em relação à proposta, aconselhando aos cidadãos que pensem num projecto a longo prazo, ao invés do imediato. EFM/IMA