Malanje- O governador provincial, Marcos Nhunga, defendeu hoje, quarta-feira, a necessidade do reforço do envolvimento das escolas e igrejas no combate à gravidez precoce, em função dos contornos alarmantes que o fenómeno vem atingindo nos últimos tempos.
O governante lançou este desafio, durante um workshop sobre o “Papel da Família na Preservação dos Valores Morais e Combate ao Abuso Sexual” e “Planeamento Familiar: Causas e Consequências”, promovido pelo Grupo de Mulheres Parlamentares da Assembleia Nacional, que trabalha em Malanje.
De acordo com Marcos Nhunga, a par da gravidez na adolescência, os desvios dos valores morais e o abuso sexual que se regista actualmente, constituem preocupação para o governo, na medida em que perigam o progresso social e afectam o bem-estar das famílias, daí que urge a necessidade dessas instituições servirem de sensibilizadoras contra tais práticas.
Recordou que dados do Fundo das Nações Unidas Para a População, indicavam que até 2009 Angola era o segundo país da África Subsariana com maior taxa de gravidez precoce.
“O país atravessa uma crise de valores que tem influenciado negativamente no comportamento da sociedade, com registo diário de casos de abusos sexuais, maioritariamente no seio da família”, frisou, tendo exortado por isso para o diálogo aberto no seio familiar, para se quebrar o tabu e combater tais práticas.
Por sua vez, a presidente do Grupo de Mulheres Parlamentares, Teresa Neto, sublinhou que o resgate dos valores morais ultimamente perdidos, representa um desafio sem precedentes para as famílias.
Reforçou que essa situação demanda das crises sociais e económicas com que se debatem as famílias, e com isso, cresce o número de gravidez precoce.
Teresa Neto frisou que Angola tem uma das maiores taxas de fecundidade da Região Austral do continente, na ordem dos 163 nascimentos por mil meninas dos 15 aos 19 anos de idade, indicadores que implicam o reforço das estratégias de combate à mesma.
O workshop visou promover a consciencialização sobre direito e protecção das jovens raparigas, juntou mulheres de vários estratos sociais e marcou o encerramento da jornada de trabalho de dois dias das deputadas. ACC/NC/PBC