Menongue - O Inspector-Geral da Administração do Estado (IGAE), João Manuel Francisco, reiterou, quarta-feira, em Menongue, capital do Cuando Cubango, a continuidade da actividade inspectiva, visando contribuir na melhoria da boa governação no país.
João Manuel Francisco, que falava à imprensa durante a abertura das novas instalações da IGAE no Cuando Cubango, realçou ser fundamental contribuir com acções de educação e sensibilização dos funcionários públicos, para que as estruturas da Administração Central e Local do Estado cumpram com as suas responsabilidades.
Segundo João Manuel Francisco, é igualmente fundamental fortalecer a relação com o público, em particular com a comunidade académica, tendo em vista uma administração dinâmica, eficiente e transparente, uma vez que a actividade inspectiva levada a cabo pela IGAE tem permitido identificar algumas irregularidades em algumas instituições e empresas públicas.
Em companhia do governador do Cuando Cubango, o inspector, que efectua a sua primeira visita àquela província neste cargo, considerou ainda de grande interesse que os inspectores assumam uma postura pedagógica, durante o exercício das funções em todo o território nacional.
Neste particular, João Pinto esclareceu que o acto de o inspector ser pedagogo parte do princípio da igualdade, lembrando que todos, enquanto servidores públicos, independentemente das relações pessoais e profissionais, devem procurar utilizá-lo para o bem comum.
Argumentou que as más práticas e desvio de condutas inviabilizam a execução do interesse público, daí a necessidade de aprimorar o conhecimento dos gestores para elevar a qualidade dos serviços ao cidadão.
João Manuel Francisco pediu aos inspectores dedicação, empenho e firmeza, para que o seu trabalho produza reflexo positivo na gestão, não só da coisa pública, mas de toda a administração do Estado.
Lembrou, na ocasião, aos gestores públicos que, além do princípio da delicadeza no atendimento ao público, é fundamental que primam pela responsabilidade profissional e pelo sigilo, no âmbito do rigor que deve existir no exercício da actividade.
Por isso, desencorajou as empresas do sector público e privado a absterem-se do mau atendimento aos cidadãos, de maneiras que a ética e deontologia profissional, para o sector empresarial público, possam elencar vários princípios que regem o funcionalismo das instituições públicas.
Novas instalações da IGAE
O governador do Cuando Cubango, José Martins, no acto de inauguração, reconheceu que as novas instalações vão conferir maior dignidade e comodidade aos funcionários, por possuir uma sala de denúncias, queixas e reclamações, bem como uma para os inspectores.
Para o governador, o Call Center 119 é uma peça fundamental naquilo que são as denúncias, sendo essencial que a população tome consciência sobre os seus direitos e sobre os serviços públicos que não devem ser pagos, como a saúde e a educação na primeira instância.
José Martins apontou como principais desafios trabalhar para que a província tenha infra-estruturas que venham conferir melhores condições de trabalho a todos os Órgãos de Administração do Estado, no âmbito do Plano Integrado de Intervenções nos Municípios (PIIM), como a construção de postos policiais, hospitais, escolas entre outras infra-estruturas.
No quadro da visita do inspector-geral, esta quinta-feira será promovida uma palestra sobre “Ética na Administração Pública”, no anfiteatro do governo provincial, onde os gestores públicos serão dotados de novas técnicas e conhecimentos, voltados às boas práticas de como gerir os fundos públicos, para não lesar a sociedade.
Criada a 17 de Janeiro de 1992, a IGAE é um órgão auxiliar do Presidente da República, com a missão de efectivar o controlo interno da Administração Pública, por via da inspecção, fiscalização, auditoria, supervisão, controle, sindicância e averiguações de todos os órgãos, organismos e serviços da administração directa e indirecta do Estado, bem como das administrações autónomas.
Tem ainda a missão de prevenir e detectar fraudes, actos de corrupção e de improbidade, irregularidades, desvios de conduta por parte dos funcionários públicos ou agentes administrativos que os compõem, bem como a defesa do património público e fortalecimento da integridade e transparência na gestão dos bens públicos. LMZ/ALK/FF/PLB