Luanda - O ministério da Defesa Nacional e Veteranos da Pátria (MDNVP) considerou, esta quarta-feira, a Batalha do Cuito Cuanavale como um acontecimento memorável na história recente de Angola e da África Austral.
Em comunicado divulgado por ocasião da abertura das jornadas comemorativas dos 33 anos da batalha, a assinalar-se a 23 de Março deste ano, o MDNVP ressalta que a data está repleta de inusitadas participações heróicas e gloriosas.
Segundo o general João Pereira Massano, director nacional da Preservação do Legado Histórico Militar do MDNVP, que procedeu à leitura do comunicado, o heroísmo e as glórias estão na base da actual afirmação de Angola como povo independente e soberano, dono do seu próprio destino.
O MDNVP lembra que, passados 33 anos, a história regista aqueles dias tenebrosos em que vários abnegados combatentes das extintas Forças Armadas Populares de Libertação de Angola (FAPLA) tombaram em defesa da pátria, sem saber que aquela terrível batalha seria considerada, anos mais tarde, como o Dia da Libertação da África Austral.
Hoje, enfatiza a nota do ministério da Defesa Nacional e Veteranos da Pátria, sob um clima de paz, estabilidade política e de segurança, tem sido possível executar programas realistas que visam o bem-estar dos angolanos, desencadeando acções que promovem o desenvolvimento e o progresso do país e da região austral de África .
A Batalha do Cuito Cuanavale, ocorrida entre 15 de Novembro de 1987 e 23 de Março de 1988, é considerada por políticos e historiadores como o início da viragem a favor da paz e da libertação da África Austral.
O local da batalha foi no Sudeste de Angola, na região do Cuíto Cuanavale, a província do Cuando Cubango, onde forças armadas de Angola (FAPLA) e de Cuba (FAR) se confrontaram com os militares da UNITA e o exército da maior potência militar regional, a África do Sul.
O 23 de Março de 1988 marca o fim da Batalha do Cuito Cuanavale, viabilizando a assinatura dos Acordos de Nova Iorque (EUA), que originaram a implementação da resolução 435/78 do Conselho de Segurança da ONU, a retirada das forças cubanas de Angola, a libertação de Nelson Mandela e a independência da Namíbia.
Para honrar a memória daqueles que lutaram contra as tropas do regime do apartheid na Batalha do Cuito Cuanavale, o Governo angolano construiu, numa área de 3,5 hectares, um conjunto escultórico, simbolizando o sacrifício e a bravura dos heróis da batalha de 1988.
O edifício, com cerca de 35 metros de altura sob forma de pirâmide (alusão explicita ao Triângulo do Tumpo, local da derradeira batalha) foi erguido à entrada da sede do município do Cuito Cuanavale.