Luanda - O nacionalista Chico Adão defendeu hoje, sexta-feira, em Luanda, a realização regular de encontros entre as distintas gerações para se abordar as reais causas que culminaram com o 4 de Fevereiro de 1961, data do início da Luta Armada de Libertação de Angola.
Num encontro com estudantes do segundo ciclo e membros da sociedade civil, Chico Adão referiu que eventos do género promovem o diálogo intergeracional e permitem elucidar os mais novos sobre a experiência dos mais velhos e razões para darem a própria vida em prol da liberdade.
Em declarações à ANGOP, o nacionalista disse que “devido aos maus tratos por parte dos colonialistas portugueses houve a necessidade de se fazer alguma coisa para pôr fim às práticas opressivas”.
Falando a propósito do 62º aniversário da referida efeméride, explicou que, naquele período, os “africanos” só podiam estudar nas igrejas Evangélicas, Metodistas e Baptista, sendo que para frequentar instituições de ensino destinadas a portugueses deveriam ser filhos de negros “assimilados”.
“(….) Apenas os filhos de assimilados ou de país com Bilhetes de Identidade poderiam matricular-se nas escolas dos brancos. E esse pai para receber o BI (atestado de cidadania portuguesa) precisava provar que vivia segundo os hábitos e costumes dos brancos”, recordou.
Para o efeito, sublinhou o nacionalista angolano, essa pessoa tinha de ter, primeiramente, certidão válida, emitida exclusivamente pela igreja Católica através do baptismo, porquanto, os órgãos máximos diziam que quem recebe baptismo Católico é porque tem conhecimento.
No final do encontro, decorrido na Escola 1.134, no Distrito Urbano da Maianga, os estudantes consideram a iniciativa de valiosa e apelaram para a sua continuidade, visto que ajudam a aumentar o conhecimento, a cultura geral e preservação da própria história do país.
Quanto ao 4 de Fevereiro em si, o estudante João Azevedo afirmou tratar-se de uma data com grande significado, sendo por isso necessário olhar-se com respeito para os heróis nacionais. “Acreditamos que hoje temos a Angola de todos nós, graças ao empenho daquela geração”, frisou.
Já a estudante Maria Augusta disse que o encontro foi muito proveitoso e permitiu perceber melhor o sacrifício e bravura destes filhos da pátria, demonstrado em 1961, para o alcance da independência do país, 14 anos mais tarde, isto a 11 de Novembro de 1975.
Os angolanos comemoram, no dia 4 de Fevereiro, 62 anos do início da luta armada que culminou com a proclamação da independência de Angola.
Para os angolanos esta data é muito importante e de reflexão, pois simboliza um momento histórico de grande relevância para o país, pois foi no dia 4 de Fevereiro de 1961 que um grupo de angolanos destemidos se levantou contra o regime colonialista.
Começaram com os ataques contra as cadeias de São Paulo, em Luanda, onde se encontravam os presos nacionalistas, e juntos prosseguiram na luta contra a opressão colonial portuguesa.