Luanda - O MPLA defendeu esta segunda-feira, em Luanda, a necessidade de harmonizar as reivindicações dos trabalhadores e equilibrá-las com a sustentabilidade das empresas e das famílias.
A posição do partido foi expressa pelo secretário para Informação e Propaganda do Bureau Politico do Comité Central, Esteves Hilário, durante uma conferência de imprensa.
Segundo o político, que fazia a leitura de uma declaração do BP sobre a eventual greve, convocada pelas centrais sindicais, com início a 20 deste mês, o MPLA, partido no poder, tem acompanhado o processo negocial entre o Executivo e as centrais sindicais e tomou conhecimento com preocupação da declaração de greve.
Frisou que as reivindicações dos trabalhadores, por mais legítimas que sejam, não podem impor riscos a solvabilidade das contas públicas, nem colocar as empresas e as famílias numa situação que as impossibilita de pagar salários, o que redundaria num clima de desemprego generalizado.
Assim, adiantou, o BP do CC do MPLA exorta as centrais sindicais a privilegiarem o diálogo como forma de resolução dos pontos divergentes do caderno reivindicativo, voltando, para o efeito, à mesa de negociações.
De igual modo, apela ao Executivo a manter a postura de diálogo que tem manifestado, no sentido de serem encontradas as melhores soluções e que satisfaça o interesse das partes, colocando sempre em primeiro lugar o interesse público.
O partido exorta, por outro lado, ao cumprimento escrupuloso da prestação de serviços mínimos às populações nos exactos termos da lei, se e enquanto decorrer a greve.
“O MPLA compreende e solidariza-se com as reivindicações dos trabalhadores, entretanto, compreende também a necessidade de harmonizar e equilibrá-las com a sustentabilidade das empresas e das famílias”, frisou o secretário, que esteve ladeado pelo presidente do grupo parlamentar do partido, Reis Júnior.
As centrais sindicais angolanas convocaram uma greve geral interpolada, em todo o país, com início a 20 deste mês. Prevê-se que a paralisação ocorra de 20 a 22, numa primeira fase, seguindo-se os períodos de 22 a 30 de Abril e de 03 a 14 de Junho.
Em causa está a satisfação de um caderno reivindicativo com cinco pontos fundamentais, com realce para o ajustamento do salário função pública em 250 por cento, exigência baixada para 100 por cento, e a redução do IRT na ordem de 10 por cento, mas que, durante as conversações, evoluiu para uma taxa de 15 por cento.
Outro ponto é o ajustamento do salário mínimo nacional, inicialmente na ordem dos 245 mil kwanzas, agora reduzido para 100 mil kwanzas. VC/VIC