Menongue - O governador do Cuando Cubango, José Martins, apelou hoje, terça-feira, às mulheres a afluírem ao Balcão Único de Atendimento ao Público (BUAP), para a actualizarem os seus dados e habilitarem-se ao voto nas eleições gerais.
Ao discursar no acto do 8 de Março, Dia Internacional da Mulher, o governante reconheceu que as mulheres constituem maior número de eleitores, o que exige maior adesão a esse processo.
Lembrou aos presentes faltarem apenas 23 dias para o fim do registo eleitoral oficioso, cuja realização constitui o mecanismo indispensável para poderem participar, activamente, na vida política do país, votando e serem eleitas.
Por outro lado, o governante manifestou a sua preocupação com a elevada onda de episódios de violência doméstica, defendo, por isso, mais diálogo entre as famílias, procurar meios pacíficos com vista a resolução de todos os diferendos, por ser a família o núcleo da sociedade.
Assegurou que o governo vai continuar a proporcionar oportunidades de formação para a jovem mulher, em igualdades de condições e oportunidades com os homens, criando incentivos morais para que se comece a construir o sonho do emponderamento a partir de uma profissionalização.
Já a directora do gabinete provincial da Acção Social, Família e Igualdade do Género, Aída Rosalina, disse que a data deve servir para incentivar as mulheres para uma melhor inclusão financeira, reflectir sobre o seu contributo na diversificação da economia, entre outros.
Durante o ano de 2021, deram entrada na instituição que dirige 324 casos de violência doméstica, dos quais os mais frequentes são de abandono familiar, nomeadamente fuga à paternidade e falta de prestação de alimentos.
De Janeiro a Fevereiro de 2022 foram registados 28 casos contra 60 do período anterior, dos quais sete resolvidos, quatro transferidos ao Serviço de Investigação Criminal e 17 pendentes.
Ainda no âmbito do 8 de Março, o bispo da diocese de Menongue, dom Leopoldo Ndakalako, destacou o papel de educadora e lutadora da mulher na sociedade, com destaque para a consolidação da paz e reconciliação nacional no país.
Em declarações à ANGOP, o bispo católico ressaltou que as dificuldades do dia-a-dia, sobretudo na luta para sustentar as famílas, sempre caracterizaram essa franja da sociedade.
Dom Leopoldo Ndakalako manifestou-se contra os homens que violentam e abusam sexualmente as mulheres. Por isso, defendeu a necessidade da igreja e outras forças da sociedade fazerem um trabalho profundo para promover a cultura do diálogo entre homens e mulheres, por haver registos de muitos casos “horripilantes” que põem em causa a dignidade da mulher na sociedade.
A efeméride está a ser comemorada sob o lema “Desafios do empoderamento económico da mulher num mundo de trabalho em mudança e na preservação do meio ambiente”.