Benguela - A nova administradora do município da Baía Farta, Miraldina Torres Morgado, exortou nesta terça-feira os munícipes a contribuírem activamente no fomento do desenvolvimento da região, com potencialidades ao nível das pescas, produção salineira e turismo.
Empossada na última sexta-feira (28 de Abril), pelo governador provincial de Benguela, Luís Manuel Nunes, Miraldina Torres Morgado foi apresentada nesta terça-feira à população, num evento de passagem de pastas.
No entanto, na presença da vice-governadora provincial para o sector Político, Social e Económico, Lídia Amaro, que a apresentou à sociedade baiana, com destaque para as autoridades tradicionais, religiosas e empresários, Miraldina Torres Morgado considerou fundamental o apoio dos munícipes para o progresso da região, apostando no sector social e económico.
Visivelmente emocionada, a administradora, por sinal a mais jovem mulher (na casa dos 30 anos) a dirigir um município na província de Benguela, reiterou o objectivo do Governo Provincial quanto à melhoria das condições de vida dos habitantes da Baía Farta.
Na hora da despedida aos munícipes, sete meses depois de ter liderado a Administração Municipal da Baía Farta, Rosalina Kasisa, por seu lado, agradeceu o apoio de toda a municipalidade.
Segundo a responsável, o contributo das igrejas, autoridades tradicionais, líderes dos partidos políticos e outros membros da sociedade civil, foi determinante para os êxitos alcançados, apesar do seu curto consulado.
Assim, pediu aos munícipes para que dêem a mesma ajuda à sua sucessora a levar "a bom porto" os projectos sociais em curso, sobretudo as obras do PIIM que estão a mudar a imagem da Baía Farta.
Em representação do governador provincial Luís Manuel Nunes, a vice-governadora provincial de Benguela apelou ao espírito de missão à nova administradora municipal da Baía Farta, visando dar resposta aos problemas sociais dos habitantes.
Lídia Amaro também destacou o empenho de Rosalina Kasisa, a quem desejou sucessos "na nova e espinhosa" missão como segunda secretária do MPLA na província de Benguela.
Historial do município da Baía Farta
Com uma população estimada em mais de 107 mil e 841 habitantes, de diversos grupos etno-linguísticos, com destaque para os Vandombe, a Baia Farta, nome derivado da configuração geográfica da região, da abundância e fartura de pescado, ascendeu à categoria de vila pela portaria 14.061, de 13 de Dezembro de 1965.
A Baía Farta é rica em recursos naturais, principalmente ao nível pesqueiro e salineiro, flora e fauna (cabra de leque, macaco da Savana, zebra, gazela e bufalo) e minerais associados aos calcário, gesso e quartzo.
Em termos de divisão administrativa, este município, um dos dez da província de Benguela, possui quatro comunas: Baía Farta (sede), Dombe Grande, Equimina e kalohanga.
Tida como principal parque turístico de Benguela, a Baía Farta tem o parque regional da Chimalavera, praias paradisíacas como Baia Azul, Ponta do São José, Macaca, da Lua, Baía dos Elefantes, Meva, dos Pássaros e Canoco.
A pesca - predominantemente a semi-industrial e a artesanal - e a agricultura constituem as principais actividades económicas da Baía Farta, sendo que as mais de dez empresas pesqueiras garantem emprego directo a mais de dois mil trabalhadores.
O sector salineiro entra, também, em jogo com cinco salinas, numa área em produção de 350 hectares, assegurando trabalho e renda para 450 angolanos, sobretudo jovens.
Já na agricultura, com o Dombe Grande a ser o principal celeiro, destaca-se o cultivo do milho, feijão, banana, tomate cebola e pimento, com uma área arável de 25.123 hectares, atingindo uma produção média anual de 67 mil 562 toneladas de produtos diversos.
No que à pecuária diz respeito, estima-se, em média, a existência de um efectivo animal superior às 83 mil cabeças, entre bovinos, caprinos, ovino e suínos. JH/CRB