Dondo – O vigário da paróquia de Nossa Senhora do Rosário, afecto à Igreja Católica, no município de Cambambe ( Cuanza Norte), Manuel Mário, qualificou a proposta da nova Divisão Política Administrativa (DPA), um dos maiores desafios do executivo angolano neste quinquénio.
Em declarações à ANGOP, o sacerdote realçou que o país detém um território muito vasto, muitas vezes deixando populares longe do alcance das autoridades e que precisam ser revisitados.
Apesar da proposta denotar a intenção de aproximar os serviços à população, considerou que a sua amplitude impõe melhorias nos domínios da educação, saúde, vias de acesso, para inverter o actual quadro das comunidades.
Nesta senda, na óptica do sacerdote, o executivo deve mudar o actual paradigma de governação, atribuindo aos gestores competências para suprir os problemas locais.
Para o padre, a nova DPA é uma decisão, do ponto de vista político, desafiadora, mas seria importante que fosse antes explicado o modelo de gestão a ser implementado, para acabar com a incerteza em alguns círculos.
Para o psicólogo Paulino Bebeca, há algum cepticismo quanto ao sucesso do novo projecto, uma vez que considera que a seria oportuno priorizar a melhoria da prestação dos serviços, já existentes e só depois avançar para nova DPA.
Com o actual modelo governativo, indicou, nos 164 municípios os cidadãos enfrentam várias dificuldades a serem supridas, pois só assim o novo modelo traria benefícios.
O ex- administrador municipal de Cambambe, Francisco Manuel Diogo, acredita que este projecto vai permitir identificar os reais problemas das comunidades, em todas as latitudes.
Porém, exortou que os futuros gestores sejam potenciados no exercício das suas funções, pois só assim serão tangíveis as motivações da futura DPA.
Para Francisco Manuel Diogo, o actual modelo de governação apresenta limitações, sobretudo, para os administradores comunais, que mesmo vivendo a realidade, estão desprovidos de competência para as resolver, sendo por isso a autonomia administrativa e financeira um imperativo a ter em consideração, para o sucesso desta decisão.
Na óptica do ex-governante, não há razões para cepticismo, porque as modalidades de governação são adaptáveis aos contextos sócio políticos e económico.
Há maior necessidades no meio rural, muitas vezes desconhecidos, só com aproximação dos serviços, será possível combater as assimetrias regionais, observou. MF/IMA