Menongue – O Governo da província do Cuando Cubango apelou, este sábado, aos partidos políticos para colaborar com a Polícia Nacional (PN) na programação das suas actividades de massas, visando garantir o seu asseguramento e a segurança pública.
O apelo vem expresso num comunicado chegado à ANGOP, em Menongue, em reacção ao incidente ocorrido, na comuna do Longa, onde uma caravana de militantes e deputados da UNITA foi atacada por populares, quando tentava cumprir uma jornada político-partidária.
Na nota, o Governo Provincial aconselha os partidos políticos a solicitar, previamente, o apoio da Delegação do Ministério do Interior sempre que programarem actividades de massas, para que os órgãos competentes procedam ao devido asseguramento.
Realça que, com uma melhor interacção, a Polícia teria como proteger os cidadãos e os seus bens, com vista à manutenção da ordem e da tranquilidade públicas.
O Governo provincial refere que tomou conhecimento, através das redes sociais, do ataque com arremesso de pedras e paus contra a caravana do Grupo Parlamentar da UNITA, num incidente ocorrido na EN-280, no troço Longa-Cuito Cuanavale, por volta das 10 horas de sexta-feira.
Conforme a nota, ao contrário do que se propalou, não houve mortes, tendo-se constatado o registo de quatro feridos, dos quais um socorrido pelas forças policiais para o Posto Médico Comunal e, posteriormente, para o Hospital Geral de Menongue.
Ao mesmo tempo, acrescenta, orientou-se imediatamente o reforço de medidas operacionais com as forças da Unidade de Reacção e Patrulhamento, para a consolidação da situação.
O documento indica que o Governo Provincial tomou conhecimento de que aos órgãos do Ministério do Interior não foi solicitada a devida escolta, para que as forças da ordem procedessem ao asseguramento da referida caravana.
Ainda assim, explica, tão logo tomou conhecimento, foram accionados os serviços do Comando Provincial da Polícia Nacional que fez deslocar ao local um dispositivo policial, tendo constatado que se tratou de um acto protagonizado por cidadãos comuns não filiados a qualquer formação política, que arremessaram objectos sólidos à referida caravana.
“Os órgãos da Polícia estão a trabalhar arduamente, no sentido de identificar os autores, a fim de serem responsabilizados criminalmente”, conclui a nota.
UNITA confirma ausência de vítima mortal
A UNITA também confirmou a inexistência de qualquer caso de morte no incidente de sexta-feira, mas apontou para um “aumento" do número de feridos para 10 pessoas, com idades compreendidas entre os 28 e os 72 anos.
Em conferência de imprensa, o secretário provincial da UNITA no Cuando Cubango, Joaquim Sapondo, explicou que o militante do seu partido dado como morto estava “sob cuidados policiais”, antes de ser conduzido a uma unidade sanitária.
Disse tratar-se de um indivíduo de 63 anos de idade que “ficou desaparecido durante sete horas”, tendo dado entrada no Hospital Geral de Menongue, no final do dia, a bordo de uma ambulância do INEMA, acompanhada por efectivos da Polícia.
“Foi considerado morto por ter desaparecido das 10:00 horas até às 17:30, quando deu entrada no hospital, com os exames médicos a determinarem sinais vitais”, precisou, acrescentando que a sua situação de saúde “ainda inspira cuidados”.
Quanto aos danos materiais, indicou que cinco das nove viaturas da caravana ficaram com os vidros quebrados.
No total, indicou, seguiam na caravana 112 militantes, incluindo os deputados João Muzaza Sacaweza, Davide Quissadila e Jeremias Kaunda Arlindo, entre outros membros da maior força política da oposição em Angola.
Joaquim Sapondo condenou veementemente o sucedido e apelou às autoridades competentes para responsabilizar os seus autores.MSM/ALK/FF/PLB