Ondjiva – Responsáveis de partidos da oposição na província do Cunene ressaltaram, quinta-feira, a necessidade dos angolanos trabalharem mais nas acções que visam a preservação dos ganhos obtidos com a paz, estabilidade e reconciliação nacional.
Em declarações à ANGOP, a propósito dos 21 anos de paz e reconciliação nacional, assinalado a 4 de Abril, os políticos disseram que o desenvolvimento sócioeconómico do país resulta dos valores como a esperança, a humildade, o amor ao próximo, o respeito pelas leis.
Para o secretário da UNITA no Cunene, Torga Pageiko, Angola fica mais bem servida quando os seus filhos reconhecem o valor da paz e da estabilidade.
Disse que não basta apenas o calar das armas, mas é preciso haver paz social e para tal, é fundamental que os angolanos estejam unidos para desenvolver o país.
O político reconheceu as inúmeras conquistas observadas ao longo deste processo na região, com particular realce no aumento da rede escolar e na implementação do projecto de combate à seca, através da construção do canal do Cafu.
Disse ser fundamental que estes projectos sejam desenvolvido com rigor e dentro dos prazos estabelecidos, sustentando que muitos projectos encontram-se estagnados e outras com um prazo elevado de execução.
Exortou que a juventude deve preservar a paz, fazendo valer os seus direitos de cidadania e capacidade de interpretar os direitos dos outros, para o reforço da manutenção da paz.
Por seu turno, o secretário do Partido de Renovação Social (PRS), Miguel Ndapewovano, disse que o processo de manutenção da paz deve ser permanente, realçando que por experiência própria, sabe o quanto custou a paz e a estabilidade que o país vive.
Disse que a data é um marco importante para o povo angolano, cuja conquista foi graças ao sacrifício de muitos compatriotas que perderam a vida e outros ficaram deficientes, para que a conquista da paz fosse efectivada.
Por esta razão, disse ser fundamental a juventude rejeitar comportamentos que não visam a construção de uma sociedade comprometida com a paz, a estabilidade, a ordem e segurança, dos bens públicos e privados
Acrescentou que as gerações mais novas não podem perder de vista a trajectória difícil que o país fez para manter-se como Estado soberano, uno e indivisível.
Entre os valores da paz destacou a livre circulação de pessoas e bens, construção de infra-estruturas, onde foram implantados serviços da educação e saúde nas zonas mais recônditas da província.
“Graças a paz, hoje assistimos o reerguido das infra-estruturas destruídas em época de conflito armado. Temos escolas e postos de saúde com professores e enfermeiros em zonas como Okalwa, Hoiode, Kafima , Ondova, Chiedi, Milungo ya Shikongo, que outrora era impossível”, fundamentou.
A paz em Angola resultou do Memorando de Entendimento Complementar ao Protocolo de Lusaka, assinado entre o Governo angolano e a UNITA, a 04 de Abril de 2002, na cidade do Luena, província do Moxico. FI/LHE/ART