Paz propicia modernização das FAA 

     Política           
  • Luanda     Quarta, 03 Abril De 2024    11h50  
Faa em marcha de Cadencia
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Domingos Nicolau-ANGOP

Luanda – A paz definitiva alcançada, a 4 de Abril de 2002, permitiu às Forças Armadas Angolanas (FAA) iniciar um processo de reestruturação e modernização, a todos os níveis, para se tornarem mais aptas para os novos desafios da conjuntura global.

Por Miguel Neto, jornalista da ANGOP

O Acordo de Paz de 4 de Abril, que completa o seu 22.º aniversário esta quinta-feira, pôs fim a 27 anos de um fratricídio que monopolizou as atenções da instituição castrense e do Estado, focados em garantir a defesa do solo pátrio contra múltiplas agressões, internas e externas.

O calar das armas fez com que o Estado angolano começasse, finalmente, a prestar uma atenção cada vez maior à necessidade de fortalecer as FAA, com a implementação, a partir de 2018, de um amplo programa estratégico virado para esse desiderato.

O projecto abarca, entre outras acções, o redimensionamento, a modernização dos meios técnicos e dos equipamentos, a renovação permanente e a capacitação dos seus efectivos, no país e no estrangeiro.

Os beneficiários são os quadros dos três ramos das FAA (Exército, Força Aérea e Marinha de Guerra), de modo a cumprir, exemplarmente, a sua missão constitucional de preservar a paz, a soberania e a integridade territorial do país.

No âmbito desse programa, as FAA têm melhorado o processo de selecção de novos efectivos, levando para as suas fileiras quadros mais jovens e capazes de cumprir grandes missões do ponto de vista táctico e intelectual.

De igual modo, têm adquirido meios e equipamentos militares sofisticados e construído importantes infra-estruturas necessárias no processo de consolidação da instituição militar angolana e do Sistema de Segurança e Defesa Nacional de que são parte integrante.

Foi ainda criada a primeira Universidade Militar vocacionada para preparar os efectivos a encarar com prudência, resiliência e determinação as situações atípicas do serviço que desempenham.

A Universidade vai formar, sobretudo, tropas com forte temperamento do ponto de vista da consciência patriótica, cívica e jurídica.

Exército

Ao Exército tem sido dada atenção privilegiada à potenciação e modernização dos equipamentos técnicos e das infra-estruturas para dar maior dignidade aos efectivos na sua missão específica e as necessidades sociais.

O ramo tem apostado na formação dos seus quadros, aprimorando os métodos de trabalho, para fortalecer os princípios da hierarquia militar.

A medida visa elevar a qualidade do processo de preparação combativa, operativa, educativa e patriótica das tropas e elevar a prontidão combativa das suas unidades.

Outrossim, unidades do Exército têm participado no processo de desminagem, na construção de pontes, no socorro às populações vítimas de calamidades naturais, bem como em acções de buscas e salvamentos.

Força Aérea

A Força Aérea Nacional (FAN) tem como missão principal a defesa e vigilância do espaço aéreo nacional, com vista a garantir a integridade territorial da Nação.

No âmbito do programa que visa tornar a FAN mais moderna, forte e disciplinada em prol do fortalecimento do sistema de segurança e defesa do país, o Governo angolano tem prestado atenção especial à aquisição de diversos meios técnicos, sobretudo da nova geração.

A formação de quadros no ramo é outra componente desse programa, tendo em vista assegurar a operacionalização da nova técnica por quadros angolanos.

Nessa perspectiva, o órgão recebeu, em Dezembro de 2020, o segundo lote de seis aeronaves militares de instrução do tipo K8-W, adquiridas da China pelo Estado angolano.

Os seis primeiros aviões deste novo modelo chegaram ao país, em Janeiro do mesmo ano, com o objectivo de reforçar a capacidade de treinamento de pilotos e de transporte aéreo do ramo terrestre das FAA.

O K8-W tem 11,60 metros de comprimento e 9,63 de envergadura da asa bem como 4, 21 metros de altura, e pode transportar diverso armamento, como duas bombas de fragmentação aérea, quatro de treinamento aéreo, dois mísseis ar-ar dirigidos, um canhão 23-2G de calibre 23 mm e até roquetes para treinamento e combate.

Por outro lado, a FAN tem sido reforçada com novos pilotos angolanos do ramo da aviação ligeira, formados pela Escola Militar Aeronáutica do Lobito, na província centro-costeira de Benguela.

Marinha de Guerra

O mar de Angola é rico em petróleo e outros recursos naturais, obrigando a maiores responsabilidades na segurança das instalações, no mar e em terra, contra actos de sabotagem.

Por essa razão e no quadro do processo de reedificação, a Marinha de Guerra Angolana (MGA) está a ser equipada com novas unidades navais (navios) de diferentes categorias, com capacidade para combater a pirataria e o terrorismo internacional nas águas territoriais e na costa marítima nacional.

Nesta perspectiva, a província do Zaire ganhou, em Julho de 2023, uma nova Base Naval dotada das mais modernas condições operacionais, com o objectivo de contribuir no reforço da segurança do Golfo da Guiné, uma importante rota marítima para o comércio internacional.

Pela sua localização geográfica, Angola, juntamente com outros Estados das regiões Central e Austral de África, deve estar preparada para contribuir na segurança do Golfo da Guiné.

Por conseguinte, a província de Luanda conta, desde Janeiro deste ano, com um Centro Nacional de Coordenação de Vigilância Marítima, que vai garantir a protecção e exploração dos recursos marítimos e a segurança das comunicações.

Ainda neste quadro, foi encomendada a construção de três modernas corvetas e embarcações de apoio, assim como do Reino de Espanha foram adquiridos dois aviões C-295 da Airbus, equipados para missões de reconhecimento e vigilância marítima.

Com este programa de reestruturação e modernização das FAA, o Executivo pretende atingir, até 2028, o grau de excelência no domínio militar, para corresponder aos novos desafios impostos pela nova ordem económica mundial.

A visão geral é que a realidade actual implica não apenas a formação do homem para a defesa nacional, mas também a integração das forças em missões internacionais, daí a necessidade de se constituir um exército capaz de ombrear com as demais forças estrangeiras, no manuseamento da técnica e da manobra militar.

As FAA foram criadas, a 09 de Outubro de 1991, fruto dos Acordos de Paz de Bicesse, assinados em Maio do mesmo ano, entre o Governo angolano e a UNITA.

Ao abrigo desses acordos, as FAA deviam, em princípio, resultar da fusão entre as Forças Armadas Populares de Libertação de Angola (FAPLA), enquanto exército governamental, e as Forças Armadas de Libertação de Angola (FALA), então componente militar da UNITA.

Depois da criação do seu órgão de comando liderado por   oficiais dos dois lados, a fusão propriamente dita viria a ficar comprometida com a deserção dos oficiais saídos das FALA chamados a retomar as armas depois do retorno à guerra que se seguiu às primeiras eleições gerais de 1992.

MCN/VIC/IZ





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