Luena - A Procuradoria-Geral da República (PGR), no Moxico, remeteu ao tribunal, até ao mês de Março último, quatro processos-crime de peculato e outros financeiro-económicos que envolvem gestores públicos.
A informação foi avançada hoje pelo procurador da República, José Buanga, à margem de uma palestra sobre “a não prestação de alimentos, o incumprimento judicial e a sua responsabilidade penal”.
Apesar de não precisar os casos em concreto, a ANGOP apurou que três ex-administradores municipais e um director provincial foram indiciados pela PGR.
Os responsáveis são acusados, pela PGR, de peculato, associação criminosa, recebimento indevido de vantagens e participação económica em negócio.
Trata-se dos ex-administradors de Camanongue, Zaqueu Isaac, Cameia, Waldemar Salomão, Alto Zambeze, Paulo Bumba, e do director do Gabinete Provincial de Educação, Raimundo Ricardo.
Com excepção de Zaqueu Isaac, detido num outro processo crime, Alexandre Bumba responde em liberdade, após cumprir prisão preventiva de seis meses, enquanto Waldemar Salomão encontra-se em tratamento médico, em Portugal.
Sobre Raimundo Ricardo, a PGR desconhece o seu paradeiro, admitindo-se a possibilidade de ser condenado à revelia.
Por outro lado, o magistrado do Ministério Público (MP) disse que nos últimos três meses, a PGR registou 545 processos-crime, mais 25 em relação ao igual período anterior, que resultaram na detenção de 413 arguidos, 66 dos quais foram encaminhados ao tribunal.
Dos 545 crimes, maioritariamente são contra o património público (Roubos e furtos).
Disse ainda que os efectivos da Polícia Nacional (PN) e das Forças Armadas Angolanas são os mais implicados em crimes de não prestação de alimentos, representando 30 por cento da média dos 60 processos que a PGR recebe mensalmente, seguido dos professores.
O procurador informou igualmente que foi despoletado 28 inquéritos, resultados de denúncias públicas que permitiu a abertura de 17 processos crimes de natureza económica e financeira, envolvendo gestores públicos e empresários.