Luena - O número da população da província do Moxico vai registar um crescimento na ordem 21 por cento até ao final do presente ano (2022), passando para 964 mil e 426 habitantes contra os 761 mil 457 projectados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), em 2014, durante o Censo Populacional.
O aumento da população que habita o Moxico, maior província de Angola (ocupa 16 por cento do território nacional), representa um crescimento de 202 mil 969 pessoas em comparação com a primeira projecção do censo realizado há oito anos.
O INE já previa, por via do Inquérito de Indicadores Múltiplos e de Saúde (IIMS) 2015/2016, a adição dos habitantes desta província mais a leste de Angola, ao projectar uma taxa de fecundidade fixada em 7,0, constituindo-se a décima mais alta do país, na altura.
Para o Moxico, o INE anteviu, igualmente, em 2016, uma baixa taxa de prevenção por contraceptivo, calculada em quatro por cento, sendo que igual número das mulheres casadas usavam métodos contraceptivos modernos e 1% usava um método tradicional.
De acordo com o documento que projecta a população da província que a ANGOP teve hoje acesso, o número de mulheres continuará a ser superior, passando de 390 mil 615 em 2014, para 492 mil 061 no presente ano, equivalente a 51 por cento, em comparação com os homens.
Segundo a projecção, 75 por cento da população vai ter menos de 30 anos de idade e quanto à área de residência, 56 por cento da população estará concentrada na zona urbana e 44 por cento na zona rural.
A cidade do Luena (capital) vai concentrar o maior número da população da província, com 47 por cento, passando dos actuais 358 mil e 774 previstos, em 2014, para 454 mil 409 habitantes, seguido do Alto Zambeze e Luau, com mais de 140 e 113 mil residentes, respectivamente.
No sentido oposto, os municípios dos Luchazes e o Luacano vão continuar a ser os menos habitados da província, com uma taxa de 1,9 e 2,7 por cento respectivamente.
Conforme um estudo sobre o Índice de Pobreza Multidimensional por Município (IPM-M) feito em 2019 pelo INE, este dois últimos municípios, seguidos pelo Léua e Cameia têm o maior índice de pobreza.
Segundo o relatório, a que a ANGOP teve acesso, quase a totalidade das pessoas nestas regiões são pobres, com uma incidência superior a 95 por cento.
No documento, o INE revela ainda que entre os 11 indicadores que determinam o estado de pobreza, nestas regiões a carência de água, energia, saneamento, registo civil e o desemprego juvenil concorrem com mais de 45 por cento para este fenómeno.
O município do Moxico (sede da província) é o melhor posicionado entre os nove, apresentando uma incidência de pobreza em torno de 66 por cento, ou seja, seis em cada 10 pessoas nesta região são multidimensionalmente pobres.
Com nove municípios, a província do Moxico tem uma superfície de 223 023 km2 (a maior do país), é limitada ao norte pela província da Lunda-Sul, ao leste pela República Democrática do Congo (RDC) e pela Zâmbia, ao sul pelo Cuando-Cubango e, ao oeste pela província do Bié.
Depois de 2014, o próximo recenseamento da população e habitação poderá ser realizado em 2024, sendo que essa actividade censitária ocorre a cada dez anos.
