PR aposta no capital humano da SADC

     Política           
  • Luanda     Quinta, 17 Agosto De 2023    16h11  
Presidente João Lourenço, discursa na 43ª Cimeira da SADC
Presidente João Lourenço, discursa na 43ª Cimeira da SADC
Pedro Parente-ANGOP

Luanda - O Presidente da República, João Lourenço, apontou, esta quinta-feira, a aposta no capital humano como um dos principais pilares do desenvolvimento económico e social da SADC.

No seu discurso de aceitação da Presidência Rotativa da SADC, João Lourenço adiantou que o principal desafio estará centrado na formação e capacitação técnico-profissional da juventude, com vista à obtenção de competências que facilitem o acesso ao emprego, com o intitulo de se enfrentar os desafios da 4ª Revolução Industrial e da digitalização das economias da região.

Conforme João Lourenço, há necessidade de se apostar na diversificação das fontes de financiamento para a realização de projectos e programas a nível dos Estados-membros e no âmbito regional, com vista a se reduzir o nível de dependência da sempre prestável e assinalável solidariedade dos parceiros de cooperação internacional.

“Prestaremos atenção particular à necessidade da operacionalização do Fundo de Desenvolvimento Regional (FDR) e de outros mecanismos de atracção de investimentos existentes”, disse.

João Lourenço apelou os Estados-membros no sentido de acelerar a aprovação e ractificação do Acordo sobre a Operacionalização do Fundo de Desenvolvimento Regional da SADC, uma ferramenta primordial para a captação de recursos financeiros essenciais à prossecução do ambicioso programa de Industrialização Regional e, consequentemente, ao cumprimento da Agenda de Integração Regional da SADC.

Para além da aposta no capital humano, disse, para haver industrialização dos nossos países e, consequentemente, da região da África Austral, é necessário apostar na electrificação, no aumento da produção de energia e partilha através da interligação dos sistemas de redes de transmissão.

“Mas precisamos também de ampliar e interligar as nossas redes devias rodoviárias e ferroviárias, de garantir maior ligação marítima e aérea entre nossos países, para haver um maior fluxo de trocas comerciais e circulação de pessoas e bens, para haver uma real integração regional”, frisou o estadista angolano.

Angola, adiantou, está a realizar um grande esforço na recuperação e construção de infra-estruturas como o Corredor do Lobito, que facilitará a interligação e a circulação de pessoas e bens entre o oceano Atlântico e o Oceano Índico, bem como a colocação dos produtos de exportação nos mercados internacionais em condições mais vantajosas.

João Lourenço destacou que se está a investir seriamente no aumento da produção de energia de fontes não poluentes e nas redes de transmissão.

“No domínio das telecomunicações, Angola investiu num cabo de fibra óptica que já nos liga à República Democrática do Congo e à Zâmbia, com a perspectiva de expansão para toda a região da SADC e Estados da África do Leste”, disse.

O satélite angolano de comunicações (ANGOSAT II), frisou, está em condições de prestar serviços aos países da nossa região.

O Chefe de Estado angolano apontou ainda a construção da refinaria de petróleo do Lobito que abre a perspectiva de uma maior oferta de produtos refinados para a região, através de um pipeline que a vai ligar à República vizinha da Zâmbia.

“É também importante destacar aqui alguns dos principais desafios à segurança na região, como é o caso da situação prevalecente no Leste da República Democrática do Congo, onde, como é do vosso conhecimento, temos desenvolvido esforços conjugados entre a CIRGL, a CEEAC, a SADC e a União Africana, para a resolução do intrincado conflito nesta região do país irmão”, asseverou João Lourenço.

A nível da SADC, destacou a aprovação do envio do destacamento de uma força regional no quadro da Força em Estado de Alerta da SADC, como resposta regional aos esforços visando restaurar a paz e a segurança no território da República Democrática do Congo.

“Apesar dos progressos alcançados, prevalece ainda o desafio do combate ao terrorismo e ao extremismo violento na província moçambicana do Cabo Delgado, onde, para a sua resolução, a SADC tem desenvolvido acções dignas de realce e com resultados encorajadores”, disse.

João Lourenço a extensão da Missão da SADC em Moçambique por mais 12 meses, visando a continuação das acções de combate ao extremismo violento e ao terrorismo nesse país, permitindo assim que se consolide a estabilidade e se criem condições para o reassentamento das populações.

“A par das questões referidas e tendo em conta o processo de consolidação das democracias na região, a SADC irá registar, durante o nosso mandato, eleições na República Democrática do Congo, em ESwatini, no Madagáscar e no Zimbábue”, disse.

A SADC, adiantou João Lourenço, acompanhará os processos eleitorais nestes países, para que se garanta a realização de eleições pacíficas, livres e justas, em harmonia com os princípios e orientações que regem a realização de eleições na região.

“A região deve permanecer unida na firme vontade de garantir um ambiente de paz, segurança e estabilidade como factores fundamentais para propiciar níveis importantes de desenvolvimento económico e social na Comunidade e aprofundar o processo de Integração Regional. Consideramos fundamental que a governação na nossa região seja cada vez mais participativa e inclusiva e que contribua para a promoção de uma cultura de paz e de respeito pelos princípios democráticos”, defendeu.

O estadista angolano avançou que, apesar do ambiente internacional extremamente desafiante em face das consequências da pandemia da Covid-19 e dos nefastos efeitos do conflito no Leste da Europa, a região tem apresentado sinais de resiliência e respostas concretas visando a mitigação dos efeitos adversos, sobretudo no que diz respeito ao aumento dos preços dos produtos alimentares, com destaque para os cereais, que têm impactado negativamente na segurança alimentar.

“Mais do que os desafios, a nossa região deve explorar as oportunidades decorrentes deste ambiente extremamente desfavorável ao crescimento económico e social, apostando em iniciativas e políticas que visem reforçar a produção agrícola, para o alcance da autossuficiência alimentar”, aclarou.

Expressou a convicção de que, com empenho,  solidariedade e entre ajuda, Angola terá uma presidência com resultados satisfatórios em função dos objectivos e metas definidas, deixando uma carteira de realizações necessárias à aceleração do processo de industrialização da região, assumindo sempre o capital humano e económico como pontos de partida para a operacionalização do lema da cimeira.

Com sede em Gaborone (Botswana), um dos dos grandes objectivos da SADC é tornar a região industrializada até 2063, tal como consta na Estratégia e Roteiro da organização, aprovada pelos Chefes de Estado e de Governo, em Abril de 2015, para o período 2015-2063.

Criada em Agosto de 1992, a SADC é integrada por Angola, África do Sul Botswana, Comores, República Democrática do Congo (RDC), Eswatini, Lesoto, Madagáscar, Malawi, Maurícias, Moçambique, Namíbia, Seychelles,  Tanzânia, Zâmbia e Zimbabwe.  VM

 

 





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