Luanda - O Chefe de Estado da República de São Tomé e Príncipe, Carlos Vila Nova, elogiou, esta segunda-feira, o papel de Angola na mediação de conflitos em África e no mundo.
O Estadista santomense discursava na Reunião Plenária Solene da Assembleia Nacional, por casião da sua visita de Estado a Angola, destinada ao reforço das relações bilaterais.
O Presidente de São Tomé e Príncipe considerou Angola "uma voz elevada de legitimidade para contribuir para a arbitragem de conflitos no continente e no mundo onde o peso dos desafios é enorme e toda ajuda no sentido de os resolver é bem vinda e necessária".
"Essa construção de uma Angola democrática e respeitada, faz do vosso país uma referência, uma potência e uma autoridade na mediação de conflitos", exprimiu.
Carlos Manuel Vila Nova lembrou, também, o testemunho da fraternidade angolana a quando da formação das Forças de Defesa e Segurança do seu país, que se encontravam no seu estado embrionário na década de 80.
Notou que Angola destacou, para São Tomé e Príncipe, muitos dos seus filhos, além de meios militares numa entrega sem o mínimo de excitação para definir a soberania de São Tomé e Príncipe.
"A nossa memória colectiva e individual não apagará jamais esses actos de afecto, de amizade comprometida e sem qualquer exigência de contrapartida do povo irmão de Angola", expressou.
Com efeito, sublinhou que a visita de um Chefe de Estado santomense a Angola é um acto que extravasa o domínio da diplomacia e protocolo e ascende a dimensão de uma reafirmação de gratidão profunda.
Manifestou, deste modo, o interesse do seu país em aprofundar, cada vez mais, os laços seculares que unem os dois Estados.
Paz em Angola
O Estadista santomense considerou a paz conquista entre os angolanos, a 04 de Abril de 2002, como um feito de grande dimensão no pós- independência, considerando um testemunho da capacidade de harmonizar posições desavindas
"É um ensinamento e um referencial histórico para África e o mundo. Um caso de estudo e um marco muito inspirador", vincou.
Na sua intervenção, Carlos Vila Nova falou, também, dos efeitos do conflito armado no Leste europeu, que já se faz sentir de forma indisfarçável em África, sobretudo dos países que dependem em grande medida da importação de cereais com proveniência nos países em conflito.
Eleições
À semelhança de Angola, disse que São Tomé e Príncipe realizará também eleições em 2022.
Notou que Angola chamará os seus filhos para participar em eleições gerais e, em São Tomé, haverá eleições legislativas, autárquicas e regionais.
A propósito, disse que "será uma ocasião para darmos um exemplo ao resto de África e ao mundo, reafirmando consistência adulta nas nossas democracias".
Disse estar convicto que esses pleitos decorrerão com toda tranquilidade e que os órgãos que emergirem dessaa eleições consigam o compromisso histórico que os resultados os impõem de se engajarem com o desenvolvimento do bem estar das suas populações.
Angola e São Tomé e Príncipe formalizaram a cooperação em Fevereiro de 1978, através do Acordo Geral de Amizade e de Cooperação, e da institucionalização da Comissão Mista Bilateral, criada em Janeiro de 1980.
Os dois Estados, que mantêm relações políticas, diplomáticas, entre outras, são membros da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP) e da Comissão do Golfo da Guiné (CGG).