PR quer conjugação de esforços entre Angola e o Botswana

     Política           
  • Luanda     Sexta, 21 Julho De 2023    21h53  
Presidente da República, João Lourenço
Presidente da República, João Lourenço
Manuel Zamba-ANGOP

Gaberone (Dos enviados especiais)- O Presidente da República, João Lourenço, destacou, esta sexta-feira, em Gaberone, a necessidade de um trabalho conjugado entre Angola e o Botswana para a construção do desenvolvimento económico e social dos dois países.

Falando durante o jantar oficial oferecido pelo seu homólogo Mokgweetsi Masisi, no quadro da visita de estado a este país,  João Lourenço apontou a identificação de áreas de interesse comum, tais como o da agropecuária, da energia e águas, da indústria e comércio, da hotelaria e turismo, da geologia e minas, dos petróleos, da conservação da natureza, da formação técnico-profissional e científica, entre outros.

Conforme o estadista angolano,  cabe aos dois países a responsabilidade de dar os passos concretos para a materialização das acções concertadas, no domínio da cooperação bilateral.

"Durante o dia de hoje, passamos em revista questões ligadas aos diversos domínios da nossa cooperação, onde ficou patente a necessidade de redobrarmos esforços no sentido de serem criados mecanismos que nos permitam, numa primeira fase, concentrarmos a nossa acção e os nossos esforços nos sectores onde cada um de nós é mais forte, de modo a conseguirmos uma verdadeira complementaridade entre os nossos mercados e a necessária redução da dependência em relação a mercados que agregam menos valores e vantagens competitivas", asseverou JoãoLourenço.

O Chefe de Estado apontou o facto de Angola ter definido o turismo como um sector prioritário na sua estratégia de diversificação da economia, uma pretensão passa necessariamente pelo aproveitamento das potencialidades turísticas da região angolana do Okavango, que é parte integrante da  iniciativa regional da Área Transfronteiriça de Conservação Okavango Zambeze, integrada por Angola, Botswana, Namíbia, Zâmbia e Zimbabwe.

"Este projecto transnacional constitui um grande exemplo de cooperação multilateral para a preservação dos recursos faunísticos partilhados, onde se destaca o elefante, que atravessam a nossa fronteira comum ao longo do corredor migratório de vida selvagem do Cuando", frisou o Estadista.

Apesar de Angola ainda não ter  ractificado o Tratado do KAZA, João Lourenço adiantou que internamente se está a trabalhar na componente angolana do Okavango, tendo sido criado um grupo multissectorial para análise e inventariação dos recursos faunísticos e fundiários, para se ultrapassar todos os constrangimentos que condicionavam a plena participação  nesta iniciativa.

O Presidente considerou essencial a atracção de investidores, principalmente os que já actuam no Botswana, para o fomento da actividade turística na componente angolana do Okavango.

Para o efeito, anunciou que será realizado, ainda este ano, o primeiro Fórum de Investidores para a região angolana do Okavango, que representa uma oportunidade para os grandes investidores que actuam no Delta do Okavango conhecerem o potencial e as oportunidades de negócio na região angolana.

Destacou a necessidade de um trabalho conjunto para a criação de incentivos visando a promoção de um turismo sustentável, com base no aproveitamento das potencialidades naturais oferecidas pelo Okavango e zonas circundantes, contribuindo assim para o alavancar do desenvolvimento económico e social das comunidades rurais estabelecidas nesta zona.

Dada a experiência do Botswana neste domínio, João Lourenço manifestou a intenção de Angola contar com o suporte no que diz respeito à capacitação especializada de quadros angolanos relativamente à gestão da parte angolana da área transfronteiriça de conservação e de parques e reservas naturais como as do Luengue-Luiana e de Mavinga.

"Agradecemos o apoio prestado pelo Botswana na formação de quadros angolanos no âmbito da saúde bovina, bem como na capacitação de técnicos a nível de laboratórios veterinários. Existe um grande interesse por parte de Angola em ampliar-se o espaço de cooperação no sector da agricultura e pecuária, produção de vacina animal, troca de experiências no combate à tripanossomíase e investigação veterinária", adiantou.

Na sua óptica,  esta ideia reforça-se pelo facto de os dois países contarem com abundantes recursos naturais, um potencial humano elevado, proximidade geográfica, estabilidade política e um percurso histórico que une os povos.

João Lourenço apontou, igualmente, a necessidade do  incremento da relação bilateral no sector dos transportes, com a assinatura de um acordo de serviços aéreos, um memorando de cooperação técnica a nível da Aviação Civil, o estabelecimento de rotas aéreas para impulsionar o intercâmbio comercial, cultural e turístico entre a República de Angola e a República do Botswana.

No domínio dos Recursos Minerais, disse existir interesse em aprofundar, não só ao nível institucional, como também empresarial, o intercâmbio com o Botswana.

"Vamos trabalhar na criação de uma plataforma de concertação permanente nos domínios da exploração, produção e comercialização de diamantes", disse.

No domínio regional,  João Lourenço adiantou que durante a presidência angolana da SADC procurará trabalhar com os Estados membros de modo a se fazer frente aos grandes desafios que a organização tem pela frente.

"Não podemos de modo algum ficar indiferentes aos graves acontecimentos e suas consequências que ocorrem no nosso continente, no Sudão, na RDC em Moçambique e na região do SAHEL. Preocupa-nos igualmente a situação no Médio Oriente onde o conflito Israelo-Palestino não parece ter fim à vista não obstante a solução encontrada pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas mas que não é implementada", apontou.

João Lourenço fez, igualmente,  menção ao conflito Rússia/Ucrânia e a anexação de parte do território ucraniano que, no seu entender, viola os princípios do Direito Internacional e constituir um mau precedente nas relações entre os Estados, perigando a paz e segurança mundiais. 

"Todos os esforços devem ser envidados no sentido de se pôr fim a esta guerra pela via da negociação entre as partes que sejam consideradas relevantes e decisivas para o sucesso da paz definitiva na Europa", frisou.

Os dois países-membros da SADC estão determinados a relançar as relações  bilaterais que datam desde os primórdios da Independência de Angola alcançada, em 1975.

Depois do estabelecimento das suas relações diplomáticas, Angola e Botswana assinaram, em Fevereiro de 2006, um acordo geral de cooperação que está em vias de  ser actualizado, antes da assinatura de novos instrumentos jurídicos.IZ/VM

 

 





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