Huambo – O embaixador do Reino Unido, Roger Stringer, disse hoje, segunda-feira, que o seu governo disponibilizou, recentemente, um milhão de libras (equivalente aproximadamente a um milhão meio de dólares norte-americanos), para reforçar o financiamento da desminagem em Angola.
Roger Stringer prestou esta informação à imprensa, à saída de um encontro de cortesia com a governadora da província do Huambo, Lotti Nolika, no âmbito de uma jornada de trabalho de dois dias para se inteirar dos trabalhos de desminagem nesta região do Planalto Central.
De acordo com o diplomata, este valor foi disponibilizado à organização não-governamental britânica The Halo Trust, no quadro ao Governo angolano, visando a dinamização do processo de desminagem, de modo a concretizar os objectivos preconizados para a declaração de todo território nacional livre de minas, até 2025.
Fez saber que, desde 1994, que a The Halo Trust desenvolve trabalhos de desminagem em Angola, nas províncias de Benguela, Bié, Cuando Cubango, Cuanza Sul, Huambo e Moxico, o Governo britânico já desembolsou um total de 15 milhões de libras (perto de 20 milhões de dólares norte-americanos).
Na ocasião, manifestou-se preocupado com as ocorrências de acidentes de engenhos explosivos não detonados na província do Huambo, causando vítimas mortais e feridos, apesar de a região ter sido declarada livre de minas, em 2017.
Dados divulgados recentemente pelas autoridades locais, apontam para o registo, em 2022, de quatro acidentes com engenhos explosivos, que causaram a morte de sete pessoas e 18 feridos.
Nesta conformidade, defendeu o reforço da parceria, entre a The Halo Trust e o Governo local, para a sensibilização da população, no sentido de se abster de manusear objectos estranhos, de modo a se evitar acidentes no futuro.
Assegurou que a Grã-Bretanha vai continuar a apoiar as operações de desminagem em Angola.
Roger Stringer disse que a sua vinda ao Huambo, enquadra-se numa missão importante que visa radiografar as acções de desminagem em Angola, que estão a ser desenvolvidas pela The Halo Trust.
Para o efeito, disse que para além do Huambo vai, igualmente, inteirar-se dos trabalhos nas províncias do Bié e do Cuando Cubango.
Ainda nesta região do território nacional, o diplomata inteirou-se do funcionamento da sede nacional da The Halo Trust e terça-feira, segundo dia da sua jornada de trabalho, vai visitar o Centro de Medicina Física e Reabilitação “Princesa Diana”.
Por sua vez, o director-geral da The Halo Trust, Dar Haddow, fez saber que a sua organização já classificou, desde 1994, mais de mil campos que se encontravam minados, onde removeu e destruiu cerca de cem mil minas.
Fez saber que, para além do Governo britânico, também, recebeu financiamento de 60 milhões de dólares norte-americanos de Angola e outros 500 mil, dos Estados Unidos de América, que permitiram o alcance dos objectivos preconizados e a continuação das acções, actualmente, nas províncias de Benguela, Bié e Cuando Cubango, com o envolvimento de mais 800 sapadores, que contam com o apoio de vários meios.
Questionado sobre a realidade do país, disse ainda ser preocupante, por existirem mais de mil campos minados, sendo província do Cuando Cubando a que maior risco apresenta, com 200 campos, seguida do Moxico e do Cuanza Sul.
Apontou que o desafio da organização passa em tudo fazer para, em breve, declarar a província de Benguela, livre de minas.
Ainda de acordo com o responsável, fruto das suas acções, a The Halo Trust emprega, em todo território nacional, um total de mil 238 angolanos, em diversas áreas, desde sapadores, motoristas, operadores de máquinas e trabalhadores administrativos.
