Maputo (Dos enviados especiais) - A presidente do Conselho de Ministros da SADC, Verónica Nataniel Dlovo, defendeu, esta terça-feira, em Maputo, Moçambique, a conjugação de esforços para estancar o terrorismo e outras ameaças que põem em causa o desenvolvimento da região.
Ao discursar na abertura da reunião preparatória da Cimeira Extraordinária dos Chefes de Estado e de Governo da Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral (SADC), a realizar-se quarta-feira, na capital moçambicana, a dirigente pediu uma reflexão sobre este fenómeno, para viabilizar a integração regional e o bem colectivo.
Angola faz-se representar no encontro por uma delegação chefiada pelo secretário de Estado do Interior, José Bamoquina Zau, integrada pelo secretário de Estado da Saúde, Franco Mufinda, e o secretário Nacional da SADC, Nazaré Salvador.
A presidente do CM da SADC vincou que o combate ao terrorismo e aos efeitos das mudanças climáticas e outros fenómenos exige um elevado sentido de solidariedade e irmandade, bandeira, segundo a responsável, que sempre caracterizou a organização.
Observou que a agenda da organização prevê uma verdadeira partilha de responsabilidades para um futuro comum e promissor da comunidade.
“Acreditamos ser irrealista pensar e projectar o bem-estar e a segurança de forma isolada”, advogou Verónica Dlovo, também ministra dos Negócios Estrangeiros e Cooperação de Moçambique.
A diplomata falou também do impacto social e económico provocado aos Estados membros pela pandemia da Covid-19, que, segundo a dirigente, tende a impor determinados condicionalismo na forma de implementação dos projectos esboçadas pela SADC.
Antes do início dos trabalhos, observou-se um minuto de silêncio em memória dos antigos Presidentes da Zâmbia e da Tanzânia, respectivamente Kenneth Kaunda e John Magufuli, falecidos recentemente.
Agenda
Dentre as 20 propostas de agenda, consta a abordagem sobre o grau de implementação das decisões do Conselho de Ministros da organização, um informe sobre a situação da pandemia da Covid-19 na região e o Plano de Implementação de Desenvolvimento Estratégico Indicativo Regional Revisto 2020-2030.
A discussão sobre a operacionalização do Centro de Operações Humanitárias e de Emergência da SADC, do Centro para as Energias Renováveis e Eficiência Energética, da segurança alimentar e da precipitação durante a campanha agrícola de 2020-2021, são outros pontos da agenda.
Consta igualmente a discussão sobre progresso no combate ao VIH/SIDA, o mecanismo de diálogo entre a SADC e o sector privado, a questão financeira sobre a criação do Comité de Tecnologia de Informação e Comunicação da região.
A situação das mulheres em cargos políticos e de tomada de decisões e o progresso rumo à paridade de género no secretariado da SADC, bem como o programa do órgão sobre cultura fazem igualmente parte do programa de trabalhos.
A Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral é uma organização regional de integração e cooperação económica dos seus Estados membros e foi criada a 17 de Agosto de 1992.
Visa a promoção do crescimento e desenvolvimento económico, a redução da pobreza, o aumento da qualidade de vida da população, a paz e a segurança, o desenvolvimento sustentável, o reforço e consolidação das afinidades culturais, históricas e sociais da região, entre outros.
Fazem parte da organização Angola, África do Sul, Botswana, Comores, Eswatini (ex-Swazilândia), Lesotho, Madagáscar, Malawi, Maurícias, Moçambique, Namíbia, República Democrática do Congo, Seychelles, Tanzânia, Zâmbia e Zimbabwe.