Ondjiva - Seiscentos e oitenta movimentos migratórios foram registados nos primeiros seis dias da reabertura dos postos fronteiriços de Ruacana, Calueque e Omahenene, entre a província do Cunene e a República da Namíbia.
A informação foi prestada hoje, quarta-feira, à ANGOP, pelo director em exercício do Serviço de Migração e Estrangeiro (SME) no Cunene, Adão Camilo, tendo, na ocasião, referido que, do movimento registado, 558 são nacionais e 138 estrangeiros, que cruzaram a fronteira entre os dois países.
Esclareceu que os postos reabertos no passado dia 4 de Maio encerram o processo de suspensão, desde Março de 2020, da fronteira terrestre na região, ocorrida na sequência das medidas restritivas de propagação da Covid-19.
Em contrapartida, os cidadãos residentes na orla fronteiriça enalteceram a reabertura dos pontos fronteiriços e realçaram que a medida veio facilitar o movimento migratório das populações, tendo em conta a procura dos serviços sociais básicos e as trocas comerciais existentes.
Em unânime, os cidadãos afirmaram à ANGOP que a reabertura está a facilitar a movimentação de pessoas, pois que, durante o período de encerramento, vários cidadãos optavam, a todo o custo, por cruzar a fronteira, para procurar meios de subsistência.
Para a cidadã Hangapo Cristóvão, residente em Calueque, grande parte da comunidade residente na fronteira tem a Namíbia como fonte para a assistência médica e medicamentosa, educação e ensino e aquisição de bens de primeira necessidade.
O comerciante Moisés Hitunhanye declarou que a reabertura da fronteira representa um ganho para os cidadãos, particularmente os do Cunene, que dependem da Namíbia para a compra de bens diversos e busca de serviços no domínio da saúde.
Referiu que esta posição só vem facilitar a população de ambos os países, que esperavam de forma muito ansiosa por voltar a circular entre os dois territórios.
Felício Ndahandapo lembrou que o Cunene tem mais de 400 quilómetros de extensão de fronteira e muitas localidades estão distantes da sede da província, facto que obriga os cidadãos a recorrer à Namíbia para terem acesso aos serviços sociais básicos.
A par de Santa Clara, ao longo da fronteira com a Namíbia é comum verem-se crianças estudarem no território namibiano e muitos cidadãos com duplo registo civil.
A cidadã namibiana Maria Nduuvundi disse que a reabertura dos postos fronteiriços na região do Omusati e Cunene traz um grande impacto na vida das populações de ambos os países, que têm laços consanguíneos.
Maria acrescentou que está a permitir melhor movimentação, facilitando a população visitar os seus familiares, bem como a aquisição de meios alimentares e de combustível.
A província do Cunene partilha 460 quilómetros de fronteira com a República da Namíbia, sendo 340 terrestres e 120 fluviais.