Mbanza Kongo – O bispo da diocese de Mbanza Kongo, Dom Vicente Carlos Kiaziku, advogou, esta quinta-feira, a necessidade dos cidadãos angolanos comprometerem-se com a promoção da justiça, para o bem-estar e a harmonia social.
Dom Vicente Kiaziku intervinha no acto público de apresentação do relatório de avaliação participativa sobre o acesso à Justiça na região, realizado entre 2019 e 2020, pela Organização Não Governamental “Mosaiko - Instituto para a Cidadania”, afecta à Igreja Católica.
De acordo com o bispo, o exercício da justiça não deve ser encarado como responsabilidade apenas dos órgãos que a administram, mas como dever de cada cidadão, independentemente da sua condição social, opção política e do seu credo religioso.
Recordou que, no exercício da justiça, o cidadão deve cumprir com os seus deveres e direitos plasmados na lei, tendo em vista a promoção de uma convivência harmoniosa, sublinhando que "a ausência da justiça tem sido fonte de vários conflitos no mundo".
Dom Vicente Carlos Kiaziku referiu que a igreja pretende, com o relatório, contribuir para a elevação da consciência dos cidadãos e espera que os seus os resultados contribuam para o fortalecimento da cidadania e que, num futuro breve, tenha os seus efeitos multiplicadores.
O relatório da "Mosaiko-Instituto para a Cidadania", cuja avaliação realizou-se nos municípios de Mbanza Kongo e do Soyo, foi feito com base em entrevistas a grupos focais e contactos com diversas instituições públicas e privadas.
O direito dos cidadãos ao registo civil e à atribuição do bilhete de identidade, os crimes contra mulheres e crianças, os conflitos de terras, a exploração de recursos naturais, a acusação de feitiçaria, por parte de seitas religiosas, bem como a corrupção em instituições públicas, foram os principais aspectos inquiridos para o documento.
Fundada em 1997 por missionários dominicanos, a "Mosaiko-Instituto para a Cidadania" é uma ONG que já produziu relatórios de pesquisas sobre a mesma matéria, nas províncias de Benguela, Luanda, Huíla, Moxico, Lunda Norte, Uíge, Cabinda e agora o Zaire.
Trata-se de uma organização sem fins lucrativos e com compromisso na vertente social e ao que os direitos humanos e a participação consciente e activa dos cidadãos na sociedade dizem respeito.