Benguela - Dezassete cidadãs foram diagnosticadas, de Janeiro a Setembro do corrente ano, com o cancro da mama pelas autoridades sanitárias da província de Benguela, soube esta quarta-feira a ANGOP.
Segundo o chefe do Departamento Provincial de Saúde Pública, Faustino Vinte, que falava à imprensa, à margem de uma palestra sobre a referida doença, duas pacientes recebem tratamento em Benguela e 15 foram transferidas para Luanda.
O cancro da mama é uma neoplasia (crescimento ou proliferação anormal, autónoma e descontrolada de um determinado tecido do corpo) que tem origem nos tecidos mamários, geralmente nos ductos (tubos que transportam o leite para o mamilo) ou nos lóbulos (glândulas que produzem o leite). Ocorre em homens e mulheres, embora seja mais raro em homens.
A doença inicia-se quando células saudáveis na mama se alteram e crescem sem controlo, formando uma massa chamada de tumor. O tumor pode ser cancerígeno ou benigno. Cancerígeno significa maligno e que pode espalhar-se para outras partes do corpo.
Sem esclarecer se a província possui especialistas do foro oncológico, referiu que todos os médicos da maternidade estão capacitados para fazer o rastreio da doença e posteriormente encaminhar o paciente ao especialista.
Faustino Vinte informou que no global foram rastreadas 814 pessoas, das quais 254 eram casos suspeitos.
Questionado sobre o tratamento utilizado para o combate ao cancro da mama, explicou que, uma vez efetuado o seu diagnóstico, o doente passa a ser seguido por uma equipa de especialistas em cancro da mama que habitualmente compreende a cirurgia, ginecologia, radio-oncologia, oncologia médica, radiologia e anatomia-patológica.
O tratamento dependerá de vários fatores, incluindo o grau de evolução do cancro (estadiamento), o tipo de cancro e a avaliação de risco.
Contudo, o responsável realçou a necessidade da prevenção, daí ter dado a conhecer que o lema para este ano é “Quem previne, se cuida e se Ama”.
O director da Saúde Pública em Benguela disse que a prevenção passa pela prática de exercícios físicos, alimentação regrada, evitar o uso de bebidas alcoólica e não fumar.
Explicou, na ocasião, sobre a necessidade de realização periódica do auto-exame da mama, para detecção precoce de nódulo na mama.
Por seu turno, a directora do Gabinete Provincial da Cultura, Turismo, Juventude e Desporto, Rosária Chitali, ao discursar na abertura da palestra, referiu a mesma enquadra-se na campanha “Outubro Rosa” e é consequência de um movimento internacional que teve início nos Estados Unidos da América, na década de 90.
Explicou que o objectivo é consciencializar as pessoas sobre a prevenção e diagnóstico precoce do cancro da mama.
Daí ter elucidado que diversas acções de solidariedade são realizadas durante o mês de Outubro pelo país, como incentivo ao combate a essa patologia, tendo avançado o registo de mais de mil casos de câncer por ano em Angola.
Fes saber que constitui preocupação e prioridade do Executivo, estender os serviços de oncologia em todo o território nacional, de forma a permitir o rastreio precoce e garantir que as pessoas tenham mais possibilidade de cura.
“Só assim poderemos contrariar a previsão da Organização Mundial da Saúde(OMS), segundo a qual até 2030 haverá um aumento significativo da doença, na ordem de 30 por cento de novos casos anuais”, enfatizou.
Lamentou que o câncer da mama é o segundo tipo de câncer mais frequente no mundo.
Já a finalista do curso de gestão de empresas da escola da escola Comandante Kassanji de Benguela, Daniana Mendes, de 22 anos de idade, aconselhou outras estudantes a optarem pelo rastreio, através do auto-exame mamário, prática que já tem realizado.
A palestra, organizada pela ONG Juventude Informada, Responsável e Organizada (JIRO) e enquadrada ca campanha Outubro Rosa, contou com a participação de estudantes e professores do Liceu Comandante Kassanji, localizado na cidade de Benguela.