Luanda - Uma campanha de cirurgia a fístula obstétrica teve início hoje, quarta-feira, na província do Bié, visando operar mais de 100 mulheres afectadas por esta doença, informou a directora da maternidade Lucrécia Paim, Manuela Mendes.
A campanha terá duração de 15 dias, dependendo do número de pacientes e da complexidade dos procedimentos e será realizada no hospital Walter Stranguey.
Fístula é uma ruptura do canal vaginal causada por partos demorados e conduzidos de forma inapropriada, pode causar incontinência urinária e em casos mais extremos vazamento de fezes.
Na ausência do tratamento pode desembocar em infecções crônicas e inclusivamente infertilidade na mulher.
Segundo estimativas oficiais, calcula-se que cerca de 500 mulheres em todo mundo vivem com este problema, maioritariamente em países em desenvolvimento, sendo causa de oito porcento dos casos de mortes maternas e em 90 por cento das ocorrências resulta na morte do bebê.
De acordo com a directora, muitas mulheres acabam marginalizadas, estigmatizadas e isoladas, e em alguns casos são abandonadas pelos maridos, parceiros e familiares.
Avançou que esta doença tem sido a causa para o desemprego para muitas mulheres e por esses factores podem até ter problemas mentais.
Manuela Mendes disse que este tipo de campanha cirúrgica é realizada trimestralmente, tendo já sido efectuadas cinco vezes na província do Bié.
Apelou a todos que tenham conhecimento de pessoas com problemas de fístula obstétrica a contactarem a equipa de ginecologia sedeada em Luanda na maternidade Lucrécia Paim e no Hospital Anzacot de Menezes para serem atendidas por especialistas.