Ondjiva - Sessenta e quatro casos suspeitos de Dracunculose, dos quais 18 confirmados laboratorialmente, foram registados de Janeiro a Abril deste ano, na província do Cunene.
Em 2022, foram reportados na província apenas sete casos da doença.
A informação foi prestada, esta segunda-feira, à ANGOP, pelo ponto focal da Dracunculose pela Organização Mundial da Saúde (OMS) no Cunene, Mavitindi Sebastião, realçando que o diagnóstico ocorreu em 35 aldeias rurais dos municípios de Namacunde e Cuanhama.
Esclareceu que dos 64 casos suspeitos da doença, também conhecida por “verme da Guiné”, 55 foram em animais e nove relacionados aos humanos.
Disse que inicialmente o órgão reportou 94 notificações comunitárias, destes 30 foram descartados, 64 casos suspeitos, onde foram recolhidas amostras para sua confirmação no laboratório.
O ponto focal da OMS realçou que actualmente o Cunene constitui o epicentro da dracunculose por ser a única que decteta e reporta casos do género.
Disse que a OMS considera “preocupante”, realçando que a notificação de um único caso constitui alarme para saúde pública, num momento que a nível global está a se trabalhar para erradicação ou eliminação por completo do vírus em seres humanos ou animais.
Fez saber que os indicadores da doença resultam de um processo de vigilância epidemiológica nas comunidades, na qual foram mobilizados a detectar, notificar e denunciar às autoridades sanitárias quaisquer suspeitas de casos do género.
Disse ser com base no resultado deste processo permanente de comunicação com as comunidades locais, que conseguiram chegar aos resultados da situação do verme da guiné nesta região.
Disse ser fundamental que as pessoas observem as medidas preventivas contra a doença provocada pela ingestão de água contaminada pelo verme.
“Sendo a água infectada, a fonte de contaminação do verme da guiné, as pessoas não devem beber directamente dos poços, chimpacas, lagos ou cascimba, recomenda-se o uso de filtro ou produtos químicos “, enfatizou.
Entretanto, realçou que a organização está a preparar-se para reforçar o controlo do verme com foco na descontaminação das fontes de água, através do uso do larvicida, ainda no decorrer do ano.
A dracunculose, mais conhecida como doença do verme da Guiné, é uma parasitose invalidante causada pela saída por via cutânea da fêmea adulta do Dracunculus medinensis, um verme filiforme que pode atingir de 60 a 100 centímetros.
Considerada como doença tropical negligenciada, porque encontra-se nas zonas tropicais e afectam sobretudo pessoas de comunidades vulneráveis, a doença não dispõe de tratamento específico ou vacina para prevenção.
De forma a incentivar o envolvimento das comunidades no combate à doença, a OMS atribui valores monetários, de 75 mil kwanzas para aquelas pessoas que vier a identificar um caso suspeito notificado às autoridades de saúde. FI/LHE/ART