Catumbela – O anúncio da construção do futuro Hospital Geral da Catumbela elevou a satisfação da população e autoridades daquela circunscrição da província de Benguela, que prevêem melhorias na assistência médico-sanitária, soube a ANGOP.
A implantar numa área superior a cinco hectares, a construção do novo hospital geral consta de uma autorização do Presidente da República, João Lourenço. A unidade vai custar ao Estado 50 milhões, 575 mil e 970 euros.
Segundo um diploma publicado em Diário da República, além da província de Benguela, o Governo também autorizou a construção, apetrechamento e fiscalização de hospitais nas províncias de Malanje e da Lunda Norte, sendo que as futuras três unidades hospitalares representam um investimento total previsto de 154 milhões de euros.
Em entrevista, esta sexta-feira, à ANGOP, o administrador municipal da Catumbela, Fernando Belo, diz que as datas para o início das obras não estão definidas ainda, porque o projecto está em fase de concepção, mas admite que este hospital é prioritário.
O responsável reconhece que o actual hospital de São Pedro tem capacidade para apenas 256 camas e por isso está longe de dar resposta à demanda da população, o que faz com que, em algumas áreas, os utentes se desloquem a outras unidades fora da localidade.
Convicto de que o projecto “vai ser uma realidade”, Fernando Belo estima que dentro de pouco tempo o município da Catumbela possa não só aumentar o número de leitos para internamento, como atender pacientes de várias especialidades, entre as quais otorrinolaringologia, neurocirurgia e neonatologia.
“Olhando para o investimento e o facto de ser uma despesa autorizada pelo Presidente da República, já nos dá noção de que teremos, de facto, uma obra imponente”, destacou, sublinhando como esta infra-estrutura vai suprir muitas dificuldades em termos de serviços médicos e que até doentes de outros municípios da província poderão ser tratados na Catumbela.
Quem também acolheu com satisfação o referido projecto é o director municipal da Saúde na Catumbela, Arsénio Sawendo, para quem, desde 2011 em que a Catumbela deixou de ser comuna, este hospital é apontado como uma necessidade, visando a melhoria da assistência prestada à população.
Arsénio Sawendo explica que a estrutura do hospital de São Pedro já não suporta o aumento da procura dos serviços, porque foi concebido enquanto a Catumbela era ainda comuna do município do Lobito e, com a sua elevação a município, há sobrelotação.
Por isso, está optimista num impacto positivo que o futuro hospital geral irá trazer quer em termos de atendimento, quer de internamento de pacientes em várias áreas, inclusive o número de técnicos de saúde irá aumentar com a futura unidade.
Já a utente Esperança Manuela espera, igualmente, que o projecto do novo hospital “saia do papel”, para que haja mais qualidade no atendimento, uma vez que a sobrelotação, por exemplo, do Centro de Nutrição Terapêutico do Hospital de São Pedro leva a partilha de camas por mais de duas crianças.
Os projectos de construção e apetrechamento dos referidos hospitais, segundo o referido diploma, estão assegurados pela linha de financiamento do banco inglês Standard Chartered com a cobertura da Agência de Seguro de Crédito à Exportação Francesa (BPI).
Com uma população acima dos 205 mil habitantes, o município da Catumbela tem 23 unidades sanitárias, sendo um hospital municipal e 22 postos de saúde, entre públicos e privados.
Em termos de recursos humanos, conta com 550 funcionários, desde médicos (32), enfermeiros, técnicos de diagnóstico e terapeutas e pessoal administrativo.
As patologias mais frequentes são a malária, febre tifóide e doenças diarreicas e respiratórias agudas, afectando sobretudo crianças.