Centro de Medicina Física e de Reabilitação “ampara” milhares de pacientes

     Saúde           
  • Luanda     Quarta, 07 Abril De 2021    00h03  
Fachada de um centro de medicina física e reabilitação
Fachada de um centro de medicina física e reabilitação
Rosário dos Santos

Luanda – Desde a altura da celebração dos 60 anos de idade, a vida de Cristina Tavares nunca mais foi a mesma, devido a uma lesão na coluna vertebral que mudou, de forma radical, a sua história, deixando-a “dependente” de um centro de reabilitação física.

Por: Vissolela Cunha

A anciã, com 72 anos de idade, sente dores na zona das costas e "luta", há já 12 anos, para recuperar a mobilidade do corpo e amenizar o sofrimento, com a ajuda de especialistas do Centro de Medicina Física e de Reabilitação.

Cristina Tavares, uma das milhares de pacientes que encontrou "amparo" nessa instituição, já sofreu muito com dores na coluna, antes do começo das sessões, mas vive, hoje, um quadro de recuperação, mercê da eficiência do centro.

"Estou a recuperar graças à ajuda dos profissionais e serviços realizados", refere a paciente, que expressa gratidão ao corpo clínico do centro, referência para quem procura assistência especializada para vencer as incómodas lesões.

Na verdade, o Centro de Medicina Física e de Reabilitação, erguido em Luanda, destaca-se, nos últimos anos, por proporcionar alegria a milhares de cidadãos que, por diferentes razões, passaram a ter "necessidades especiais".

Para tal, atende, em média, nos serviços de consultas externas, entre mil e 200 e mil e 800 pacientes/mês, a maioria deles com sequelas de doenças degenerativas músculo-esqueléticas.

A unidade hospitalar oferece serviços de consultas externas, fisioterapia, ortoprotesia, serviços de diagnósticos e terapia, para além dos serviços administrativos.

Quanto ao atendimento no laboratório de análises clínicas, tem uma média mensal de 400 a 700 pacientes, a maioria com sequelas de doenças como paralisia cerebral, paralisia do complexo branquial e atraso no desenvolvimento psicomotor.

É o caso de Aníbal Manuel, 11 anos de idade, que sofreu lesão na cabeça, após uma batida quando brincava com o irmão mais novo, ficando quatro meses em estado de coma.

"Quando acordou, recebeu alta e foi encaminhado de imediato para o Centro de Medicina Física e de Reabilitação, onde os médicos lhe diagnosticaram uma paralisia rara", explica o pai do paciente, António Manuel.

Conforme o progenitor, sem perder tempo e a esperança, decidiu, em Novembro de 2020, começar as sessões de fisioterapia com Aníbal Manuel (três dias por semana).

Depois de quase cinco meses de sessões, António Manuel manifesta-se satisfeito com os métodos de reabilitação usados naquele centro especializado e os resultados no tratamento do filho.

Na mesma condição está Penicela Simão, que reaprende a caminhar, após cinco meses de fisioterapia para refazer-se de um problema inesperado surgido depois de uma cesariana.

"Por causa de problemas nos membros inferiores, provocados pela cesariana, fui obrigada a ficar na cadeira de rodas", lamenta cidadã, segundo a qual a assistência dos profissionais de fisioterapia tem ajudado a reverter o quadro.

O dia-a-dia do centro

A propósito, a directora-geral do Centro de Medicina Física e de Reabilitação, Armanda da Conceição, avança que a missão é garantir assistência médica e medicamentosa às populações, especificamente no domínio da reabilitação.

"Trata-se de um conjunto de procedimentos de acções que promovem o desenvolvimento de habilidades do indivíduo acometido por alguma deficiência, visando capacitá-lo física e funcionalmente", explica Armanda da Conceição.

A gestora, que falou à ANGOP no âmbito do 7 de Abril, Dia Mundial da Saúde, indica que nas consultas externas de pacientes de fisioterapia e ortoprotesia, a média de atendimento ronda entre os 750 e 900 por mês.

Conforme a fonte, um paciente pode ter um pacote de tratamento que engloba 10 a 15 sessões e cada sessão com vários tratamentos. "Numa sessão, realiza 20 ou mais tratamentos, que engloba 40 mil ou mais exercícios, enquanto na ortoprotesia a média ronda os 600, dependendo da demanda", explica.

A fim de acudir situações de emergência, os serviços de saúde de consultas externas fazem atendimento de fisiatria, medicina de reabilitação, ortopedia, clínica geral, medicina interna e neurologia, para pacientes com feições respiratórias.

Além destas especialidades, a unidade sanitária de referência tem, também, serviços de estomatologia para as pessoas que apresentam alterações a nível da orifaringe.

Para dar tratamento aos doentes, o centro tem, igualmente, uma secção de produção de próteses, órtese, talas, colares cervicais, cintas medicinais e calçados ortopédicos.

Nos últimos anos, registou aumento da sua capacidade de produção de próteses, passando de 227 para 323, depois da retoma destes serviços nas suas oficinas, em 2017.

Entretanto, os números atingidos em 2019 apontam para quatro mil e 200 dispositivos.

Dados divulgados referem que o atendimento em consultas, só no mês de Janeiro, foi de 400 pacientes, devido, em parte, às restrições impostas pela pandemia da Covid-19.

No centro trabalham 292 profissionais, estando em curso o processo de enquadramento dos admitidos em 2019, para cobrir o défice. "Estaríamos melhor servidos se tivéssemos à volta de 340 a 360 especialistas em várias áreas", remata.

 

 

 

 





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