Luanda - A comissão sindical dos trabalhadores do Hospital Divina Providência, no município do Kilamba Kiaxi, em Luanda, em greve há quatro dias, exige a indicação de uma nova direcção para que sejam restabelecidas as negociações.
O porta-voz da comissão negociadora, António Ulu, disse em declarações à ANGOP, nesta quinta-feira, que o sindicato recusa-se a negociar com a actual entidade patronal, por esta não ter cumprido com as exigências acordadas no mês de Abril.
António Ulu adiantou que a entidade patronal tem demonstrado falta de vontade para resolver as revindicações constantes no caderno reivindicativo apresentado em Janeiro e discutido em Março.
O sindicalista referiu que desde a assinatura do memorando em Abril, que ditou o levantamento da primeira greve, a direcção nada fez para concretizar as exigências em pelo menos 50 por cento das revindicações, levando a perda de confiança entre as partes.
Segundo o responsável, a actual direcção não conseguiu cumprir com nem um dos pontos acordados, antes da paralisação do mês de Abril, que previa a igualdade de salários para os funcionários na mesma categoria, refeições para todos os trabalhadores e a reposição dos subsídios.
António Ulu referiu que a direcção efectuou o corte dos subsídios, continuam a registar-se atraso no pagamento dos salários e tem havido retaliação contra alguns funcionários que aderiram a greve.
O porta-voz deu a conhecer que a paralisação deve estender-se até seis de Agosto do corrente ano e caso não hajam resultados haverá uma nova paragem em Setembro, com duração de 30 dias.
Informou ainda que a Delegação Provincial da Saúde e a Igreja Católica têm conhecimento das exigências dos trabalhadores.
O responsável tranquilizou os pacientes, referindo que estão garantidos os serviços mínimos para o atendimento aos internados, serviço de pediatria e o centro de nutrição, estando paralisadas as consultas externas.
Contactos feitos para contactar a direcção do Hospital não foram possíveis por esta se mostrar indisponível.
O Hospital Divina Providência é uma parceria entre o Ministério da Saúde e a Igreja Católica e conta no seu quadro orgânico com 226 funcionários públicos e 222 pertencentes a congregação religiosa.
Em funcionamento há mais de 20 anos, o Hospital Divina Providência tem a capacidade de 100 camas e conta com vários serviços com destaque para a pediatria, cardiologia, urologia, ecografia, estomatologia e sala de nutrição.