Luanda – A representante da Organização Mundial da Saúde em Angola, Djamila Cabral, reafirmou, na terça-feira, a necessidade da manutenção das medidas de prevenção e combate à Covid-19 para se evitar uma segunda vaga da doença no país.
A técnica de saúde pública, que falava em entrevista à Televisão Pública de Angola (TPA), considera fundamental que as autoridades sanitárias e os angolanos, de uma forma geral, reforcem a transmissão de mensagens sobre a importância do uso da máscara facial, álcool em gel, entre outras medidas de prevenção, para não se “deitar” os ganhos obtidos desde Março de 2020.
Djamila Cabral elogiou as autoridades angolanos, por, no seu entender, terem dado uma resposta rápida e adequada, factor decisivo no controlo da doença ao nível do país.
A especialista considera fundamental a contínua preparação que para o país não corra o risco de ser surpreendido, novamente, por uma segunda vaga.
Em relação às vacinas, Djamila Cabral avança que tem uma imunidade de seis meses, tendo como principal objectivo a redução do número de casos de Covid-19.
Para além de reafirmar a segurança da vacina administrada em Angola, a AstraZeneka, considera um ganho.
A especialista destaca ainda o facto de Angola ter sido um dos primeiros países africanos a receber a vacina, afirmando ser por mérito próprio, tendo em conta as condições técnicas de conservação da vacina (câmaras ) e o número de profissionais preparados.
Djamila Cabral revelou que a Covid19 é o maior desafio que a OMS já enfrentou.
"Continuamos a lutar contra a Covid-19. Ainda não vencemos", lembrou.
A vacinação, cujo processo teve início a 2 deste mês, está a ser administrada, numa primeira fase, aos profissionais de saúde, professores de todos os níveis de ensino, pessoa idosa com mais de 65 anos com comorbilidades, efectivos dos órgãos de Defesa e Segurança, pessoas com drepanocitose e insuficiência renal crónica com mais de 18 anos de idade.
Em Luanda, a vacinação está a decorrer no Instituto de Ciências Policiais Osvaldo Serra Van-Dúnem, na Zona Económica Especial (ZEE), no Centro Turístico Paz Flor, no Magistério Primário Mutu-ya-Kevela e no Jardim da Cidade Alta.
As autoridades sanitárias prevêem vacinar 54 por cento da população, um total de 16.823.284 indivíduos maiores de 16 anos.
Para tal, o país recebeu 624 mil doses da vacina, num universo de dois milhões e cento e setenta e duas, que estão a ser administrados aos grupos de risco e profissionais da linha da frente, mormente profissionais da saúde, membros das forças da ordem pública, segurança e defesa, idosos e pessoas com comorbilidades.