Covid-19: Um ano de pandemia

     Saúde           
  • Luanda     Quinta, 31 Dezembro De 2020    12h43  
Doentes com Covid-19 em tratamento no Hospital Campanha da Zona Económica de Viana
Doentes com Covid-19 em tratamento no Hospital Campanha da Zona Económica de Viana
Pedro Parente-ANGOP

Luanda – Invisível, contagioso e letal, o vírus Sars-Cov2 completa nesta sexta-feira, 31 de Dezembro, um ano desde que se tornou conhecido no Mundo, onde chegou de forma silenciosa, deixando milhares de mortos e centenas de países à beira da "bancarrota".

Conhecido como o novo coronavírus, causador da Covid-19, tornou-se conhecido no dia 31 de Dezembro de 2019, na cidade chinesa de Wuhan, num mercado de frutos do mar, em meio a interrogações e estranheza por parte da população e de médicos.

Nas primeiras semanas, após a virada do ano, as ocorrências e incidências sobre o assunto aumentaram exponencialmente, e a até então chamada "pneumonia misteriosa" foi-se propagando pelo Globo, mudando, radicalmente, a vida da Humanidade.

Desde aquela data, a Covid-19, que se instalou em Angola no dia 21 de Março deste ano, com os primeiros casos importados, passou a afectar a economia mundial e forçou o adiamento de projectos e programas de praticamente todos os Estados.

A doença deixou, literalmente, o Mundo "parado" e biliões de pessoas confinadas, sem possibilidades de produção industrial e agrícola, sem eventos desportivos, culturais e empresariais, assim como vetou a circulação de pessoas, bens e serviços.

O novo coronavírus forçou líderes mundiais a reformularem estratégias e a unirem sinergias para o seu combate, desiderato ainda longe de efectivar-se, apesar dos sinais animadores conseguidos pela medicina, com ensaios de vacinas promissoras.  

Volvido um ano desde o seu surgimento na China, o balanço da Covid-19 é extremamente penoso para a Humanidade, com um somatório de pelo menos 1.791.033 mortos, resultantes de mais de 81,9 milhões de casos de infecção em todo o Mundo, de acordo com dados recentes da agência de notícias AFP.

Como se não bastasse, uma nova variante do vírus, ao que se diz mais letal, volta a assustar o Mundo, abrindo um eventual cenário de retorno ao confinamento generalizado, caso as estratégias de combate dos Estados se revelem incapazes de conter a proliferação.

Conheça, aqui, os principais momentos que marcaram esta pandemia de triste memória, desde o seu surgimento até aos dias de hoje, numa altura em que o Mundo se prepara para celebrar a passagem de ano mais atípica da Humanidade, pelo menos desde o período da II Guerra Mundial.

01 de Dezembro de 2019

A doença foi identificada pela primeira vez, em Wuhan, na província de Hubei, República Popular da China, justamente a 01 de Dezembro de 2019, mas o primeiro caso foi reportado no dia 31 deste último mês do referido ano.

Segundo relatos, acredita-se que o vírus tenha origem zoonótica, pelo facto de os primeiros casos confirmados terem tido fundamentalmente ligações ao “Mercado de Atacadista de Frutos do Mar”, de Huanan, que também vendia animais vivos.

Janeiro de 2020

Doença emigra da Ásia para América, tendo os Estados Unidos da América (EUA) registado o primeiro caso, no dia 21. Em pouco tempo, transformou-se no epicentro da doença no Planeta, liderando os números da actualidade. Até quinta-feira, dia 30, totalizava 19.655.574 casos positivos e 340.553 mortes.

Foi identificado o "Paciente 1" na Europa (alemão de 33 anos de idade). O primeiro caso de transmissão da doença no Velho Continente foi registado a 24 de Janeiro, na Alemanha - um mês antes do primeiro caso em Itália, na região da Lombardia.

Neste período, Inglaterra, França e Portugal também figuravam entre as principais vítimas.  

Fevereiro

África regista, a 14 de Fevereiro, o primeiro caso do novo coronavírus, com o Egípto a liderar as estatísticas. Contudo, a nacionalidade do primeiro paciente continua omissa.

O Brasil torna-se, no dia 26, no primeiro país da América Latina a registar o vírus Sars Cov-2, implicando um homem de 61 anos (residente em São Paulo), que voltou de uma viagem na Itália, onde esteve de 9 a 21, período que coincide com o aumento expressivo de casos de coronavírus no país europeu.

Março

Organização Mundial da Saúde (OMS) declara, no dia 11, a Covid-19 como pandemia, com metade do Planeta afectado. Na altura, o Mundo registava 118 mil infectados, 40 mil e 200 mortes, com a maioria na China.

Três dias depois, a Namíbia assume-se como o primeiro país da SADC a contrair o Vírus Sars-Cov2, importado por um casal espanhol.

Neste mesmo mês, Angola confirma os dois primeiros casos da doença, no dia 21, importados por cidadãos provenientes de Portugal.

Por força disso, o Governo Angolano, através da Comissão Multissectorial de Prevenção e Combate à Pandemia, decretou, no dia 25, o primeiro de três consecutivos Estados de Emergência, de 15 dias cada, iniciado às 00h do dia 27.

Abril

A 27, as autoridades sanitárias angolanas confirmaram o primeiro caso de transmissão local do novo coronavírus no país. Em causa estava uma cidadã portuguesa, de 16 anos de idade, filha de um dos pacientes infectados e internados naquele mês em Angola. Dois dias depois, as autoridades anunciaram as duas primeiras mortes (dois angolanos).

China anuncia ao Mundo a primeira vacina. Tratou-se de uma experimental em macacos, que os “protegeu largamente”, pela primeira vez, contra o coronavírus, segundo um laboratório local. Os resultados foram e continuam a ser objecto de novas avaliações pelos especialistas, antes de serem validados pela comunidade científica.

Maio

Em 27 de Maio, os Estados Unidos tornaram-se o primeiro país no mundo a chegar à marca de 100 000 fatalidades, por causa da Covid-19. Os estados de Nova Iorque, Nova Jérsei, Illiois, Pensilvânia, Massachusetts, California, Texas e Flórida eram, na época, os epicentros das infecções no país, concentrando a maioria dos casos e mortes.

Dia 25, Montenegro assume-se como primeiro Estado Europeu livre do coronavírus, reabrindo as suas fronteiras com os países que atendem aos critérios do Instituto de Saúde Pública, com menos de 25 casos activos por 100.000 habitantes, como a Croácia, Eslovênia, Áustria, Alemanha, Polônia, República Checa, Hungria, Albânia e Grécia.

A luta de Montenegro durou 68 dias. Durante esse período, 324 pessoas apresentaram resultado positivo, com nove mortos e 315 recuperados. Foram 28 dias de quarentena e de auto-isolamento, sem necessidade de decretação de Estado de Emergência. Aliás, esse também foi o último país da Europa a contrair o referido vírus, em Abril.

Junho

UNICEF pede atenção especial à criança, em mensagem alusiva ao Dia Mundial da Criança (1 de Junho). Nesta data, 19 petizes encontravam-se infectados com a Covid-19, em Angola, num universo de 86 casos confirmados.

Julho

Ministro de Estado e Chefe da Casa de Segurança do Presidente da República, Pedro Sebastião, declara, dia 15 de Julho, a circulação comunitária da Covid-19 em Angola, por atingir a cifra de cem infectados, de contactos não identificados, numa altura em que este país da África Austral somava 576 casos positivos.

Antes, no dia 7, o Presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, anunciara ao Mundo que estava com Covid-19, durante entrevista no Palácio da Alvorada, um dia depois de realizar o teste por ter apresentado febre e mal-estar. Enquanto isso, o Presidente de Honduras, Juan Orlando Hernández, foi hospitalizado no último dia 17.

Agosto

Regresso (no dia 7) da Liga dos campeões da UEFA/2019-2020, com os quartos-de-finais, meias-finais e final da edição 2019/20 disputadas em eliminatórias directas e inéditas, em Lisboa - Portugal, nos Estádios da Luz (final), José Alvalade XXI, do Dragão, no Porto, e no D. Afonso Henriques, em Guimarães.

A UEFA "Champions League" 2019/20 tinha ficado suspensa desde o dia 11 de Março. O Bayern de Munique da Alemanha sagrou-se campeão da referida edição, após derrotar o paris Saint-Germain) por 1–0. Foi a sexta conquista do clube, sendo o primeiro campeão do torneio com 100% de aproveitamento.

Setembro

Surgimento silencioso, na Grã-Bretanha, de uma nova variante da Covid-19, também conhecida como VOC 202012/01, com 22 mutações em seu genoma.

Uma em particular, denominado N501Y, está localizada na proteína Spike do coronavírus, um ponto importante em sua superfície que permite que ela se fixe nas células humanas para penetrá-las.

Apesar de a primeira amostra ter sido recolhida em Setembro, no condado de Kent, a nova estirpe do vírus, ao que tudo indica mais contagiosa, veio a confirmar-se no presente mês de Dezembro, altura em que passou a infectar milhares de pessoas, incluindo na Islândia, Dinamarca, Holanda, Bélgica, Itália e Austrália.

Outubro

No dia 02, o antigo presidente dos Estados Unidos da América e a Primeira-dama, Donald e Melania, entraram em quarentena e ficaram em isolamento na Casa Branca, por testarem positivo, na sequência do diagnóstico da doença a uma assessora. Desde o início da pandemia, Trump minimizava o vírus e questionava a eficácia das máscaras.

Música angolana perde dois “colossos”. As vítimas foram Waldemar Bastos (dia 9) e Carlos Burity (12), numa altura em que o Governo da Rússia submeteu ao Governo angolano uma proposta para a construção de um laboratório para o fabrico de vacinas, em Luanda. A ideia foi apresentada pelo embaixador Vladimir Tararov.

Novembro

Futebolista português Cristiano Ronaldo regressou (no dia 1) aos relvados após 17 dias de quarentena. A estrela mundial testara positivo à Covid-19, no dia 10 de Outubro.

Dezembro

África do Sul detectou, no dia 18, a nova variante da Covid-19,  conhecida como 501.V2. É dominante entre as novas infecções, e, semelhante à da Inglaterra, parece ser mais infecciosa que o vírus original, estando os cientistas sul-africanos a estudar a eficácia das vacinas para o seu combate.

Neste mês, esta espécie chegou também à Nigéria.

Reino Unido inventa e inaugura primeira vacina contra o novo coronavírus. Este principado europeu foi o primeiro país do mundo a autorizar o uso emergencial da vacina da Pfizer/BioNTech, em 02 de Dezembro, e também o pioneiro na imunização, no dia 08, pairando as dúvidas se a mutação do vírus afecta a eficácia da vacina.

Até 30 de Dezembro de 2020, pelo menos 81.249. 028 casos da doença foram confirmados em pelo menos 191 países e territórios, com cerca de 1.772.912 mortes e 45.937.151 pessoas curadas.

Hoje, dia 31, a pandemia completa um ano de estragos, vitimando famosos ou figuras públicas, entre músicos, actores, diplomatas, políticos, desportistas e escritores, bem como cidadãos anónimos, naquele que já é o ano mais negro da história recente da Humanidade.

 





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