Ndalatando – A província do Cuanza Norte carece de psicólogos clínicos para acompanhamento de pacientes nas unidades sanitárias públicas, principalmente, os que apresentam um quadro de desvio de conduta ou transtorno psíquico.
Segundo o responsável da Associação Provincial de Psicólogos Clínicos no Cuanza Norte, David Campos, a província tem 15 psicólogos clínicos, enquadrados no hospital provincial, centro de aconselhamento contra o VIH-Sida, maternidade provincial e outras unidades sanitárias.
Este número é insuficiente para atender à demanda de pacientes que precisam de assistência nesta área, considerou em entrevista, segunda-feira, à Angop, no âmbito de uma Campanha de Sensibilização contra o Consumo Excessivo de Bebidas Alcoólicas.
Contactada pela Angop, a propósito da questão, a directora do Gabinete Provincial da Saúde, Filomena Wilson confirmou as informações da Associação de Psicólogos Clínicos, esclarecendo que a maioria dos quadros admitidos no sector são formados em outras especialidades de medicina.
Informou que a área de psicologia clínica é assegurada por quadros da categoria de enfermagem.
Mostrou-se preocupada com o facto de dos 84 médicos, enquadrados na província, que estão em formação de especialidade não constar nenhum da área de psicologia clínica.
A par de quadros de psicologia clínica, a província carece também de profissionais da área de psiquiatria.
Esta situação, continuou, será ultrapassada nos próximos processos de selecção de quadros para formação.
O sector está empenhado no acompanhado dos técnicos de enfermagem, sobretudo, jovens com grandes aptidões para as áreas de psicologia clínica e psiquiatria.
Os técnicos seleccionados vão beneficiar de bolsas internas ou externas.
Em relação à campanha, esclareceu que visa alertar a sociedade sobre as consequências do alcoolismo e uso de drogas.
A actividade está a decorrer em escolas, em parceria com o Instituto Nacional de Luta contra a Droga.
Existem mais de 200 doenças catalogadas como possíveis resultantes da ingestão excessiva de álcool, que vão desde pequenas lesões até distúrbios psicológicos graves.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), pode-se afirmar que uma pessoa faz o consumo abusivo de álcool quando ingere cerca de 50 gramas da substância por dia, no caso de mulheres, e 70 gramas, no de homens.
Esse consumo passa a ser visto como uma dependência, sendo popularmente conhecido como alcoolismo, uma doença crônica, progressiva e, em certos casos, fatal.