Ndalatando - O hospital Provincial do Cuanza Norte debate-se com a falta de películas para impressão de chapas de Raio-X, informou, esta sexta-feira, o responsável da unidade sanitária, Armando João.
Em declarações à ANGOP, o responsácel adiantou que a carência resulta dos custos altos das películas de Raio-X no mercado nacional, associada as dificuldades financeiras com que se debate a instituição.
Esclareceu que as poucas películas disponíveis estão a ser usadas apenas para o atendimento de doentes internados, sobretudo aqueles com critérios de evacuação para unidades de referência, em Luanda.
“Devido a esta carência, algumas vezes a instituição tem sido obrigada a proceder a impressão de imagens de Raio-X em papel normal, uma solução também dispendiosa”, esclareceu o responsável.
Para inverter o quadro, continuou, a instituição está empenhada na informatização dos serviços médicos, através da criação de um sistema de rede que entrará em funcionamento dentro de dois meses.
O sistema vai permitir ao médico, através do computador instalado no seu gabinete, ter acesso à imagem emitida pelo aparelho de Raio-X.
Acrescentou que a estratégia de informatização e modernização dos serviços internos da instituição vai contribuir para a minimização dos custos de aquisição de material gastável e de uso corrente.
Abordoas pela ANGOP, os pacientes afirmaram que são obrigados a fazer fotografias da imagem de Raio-X reflectida no computador, que levam ao médico para o diagnóstico.
Esta situação, avançam os utentes, cria dificuldades aos cidadãos desprovidos de telemóveis digitais, obrigando-os a se socorrerem do apoio de terceiros para a captura da imagem do computador, para posterior impressão num estúdio e apresentação ao médico.
O cidadão Vicente Manuel disse que, por falta de um telemóvel digital, a filha, com inflamação no braço, esperou várias horas por alguém de boa fé, com um aparelho do género, para tirar a fotografia da imagem do braço afectado reflectida no aparelho de Raio X, que levou ao médico, depois da impressão num estúdio.
Já o cidadão António João, após a radiografia de uma lesão na perna direita, fotografou a imagem com o telemóvel que levou ao médico fisioterapeuta, após ser interrogado se a dimensão da imagem apresentada no seu aparelho facilitaria a interpretação do médico.
Por sua vez, a médica e directora clínica da instituição, Daniela Geraldo, considerou normal a leitura da imagem de Raio-X através do telemóvel.
Para a médica, o diagnóstico de Raio-X reflectido em película própria proporciona maior qualidade de leitura.
Entretanto, reconheceu, que as imagens reproduzidas por aparelhos de telemóveis ou fotografias impressas em papel também retratam a realidade da fractura ou o quadro clínico do paciente e permitem ao médico prestar atendimento adequado aos pacientes
Construído a mais de 50 anos e dotado de uma capacidade de internamento de cerca de 60 camas, o hospital provincial do Cuanza Norte dispõe de serviços de medicina geral, ortopedia, cirurgia, cardiologia, estomatologia, urologia, entre outros.